domingo, 28 de junho de 2009

Resumo de artigo: A Trajetória do Atleta Portador de Deficiência Física no Esporte Adaptado de Rendimento

Melissa Rodrigues Brazuma; Eliane Mauerberg-deCastro. A Trajetória do Atleta Portador de Deficiência Física no Esporte Adaptado de Rendimento. Uma Revisão da Literatura. Motriz Jul-Dez 2001, Vol. 7, n.2, PP. 115-123

Texto: Aline Rosemarq - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O esporte de alto rendimento ou alto nível é visto como uma forma de espetáculo e validação de uma sociedade, mas está em contexto no qual vem sofrendo muita critica e levantando preocupações entre os estudiosos das ciências do esporte.

O alto nível exige do ser humano atleta um rendimento máximo, no âmbito biofísico, psicológico e sociológico. Dessa forma o esporte de alto nível apresenta características que o tornam seletivo, favorecendo a um numero reduzido de participantes, a chamada elite, esta sendo o alvo de estudo de vários pesquisadores, pois a relação competição e estresse levam a um questionamento sobre o seu valor ético e as influencias na saúde mental.

No campo do esporte adaptado de alto rendimento, pôde-se constata que as influências positivas se destacam em relação às negativas, podendo citar a Paraolimpíada onde esses atletas se tornam exemplos a serem seguidos por outros portadores de deficiência que se encontra em estágio de reabilitação, iniciação ao esporte e na grande maioria das vezes em sedentarismo.

Ridgway e Boyd (1994) destacam uma das principais temáticas que giram em torno do benefício do esporte adaptado de alto nível, participação, superarão e legado, são as atitudes, auto-atualizaçao. O beneficio do esporte como uma ferramenta para melhorar a qualidade de vida.

O atleta quando começa a ter sucesso no esporte a sociedade, vê o indivíduo como um cidadão potencialmente representante de seus clubes, cidade, estado, enfim começa a se ter o devido e merecido respeito.

O Brasil possui vários atletas praticantes, um nível elevado em relação ao esporte adaptado, atletas esses do esporte de alto rendimento que participam das Paraolimpíadas. Esse esporte adaptado nasceu em nosso país em 1958 no Rio de Janeiro, o percussor foi Robson Almeida, portador de paraplegia que vinha de uma experiência de reabilitação vivida nos EUA. O esporte se difundiu lentamente nos grandes centros.

Como uma vida no esporte de alto rendimento requer muito do atleta, muitas são as dificuldades encontradas no caminho, toda sua rotina pessoal e profissional acaba girando em torno das metas do esporte, passando assim por complicados momentos de superação, preparar para competir com oponente, cuidar sempre da auto-estima e ajudar os outros nesses momentos de “quedas”, nesse ambiente esportivo o atleta cria um senso de responsabilidade política.

Uma clara diferença relacionada à competição pode ser observada entre atleta portador e não-portador de deficiência, o primeiro, competi contra si, contra sua deficiência, a vida e contra os outros; superação de sua deficiência. Disparidade enorme em relação ao financeiro e apoios. Talvez o mais importante no esporte de alto rendimento adaptado, seja da percepção da construção de uma identidade de atleta ao invés da identidade de “pessoa deficiente”, para estes o mais importe é não ser visto como um deficiente, mas como um jogador, corredor, nadador... Dotado de habilidades.

Palla (1997) analisou atitudes de indivíduos portadores de deficiência física e comparou com indivíduos não portadores de deficiência, contatou que ambos têm atitudes favoráveis ao esporte. Esta participação leva os indivíduos a perceberem que o esporte melhora status social, alivia tensões, fonte de lazer, valoriza o individuo, desinibe e também melhora a aparência e estica física. Mas entre os portadores de deficiência física notou-se que essas noções dependiam do tempo de prática no esporte e do grau de escolaridade.

Sinclair & Orlick (1993) o sucesso e a importância do esporte transcende o caráter individual para dar lugar a uma dimensão política histórica e de transformação de valores, que são expressões máximas dos direitos humanos e também são uma forma de validação do conceito de diversidade.

A carreira profissional desses deficientes passa por todos os processos de especialização, da iniciação a aposentadoria. Lembrando que muitos praticam, mas não chegam ao alto rendimento, passando assim por uma dificuldade ainda maior. Durante a fase de iniciação, esses atletas têm uma dedicação exclusiva ao esporte, deixando para traz muitos amigos, família, enfim sua vida social e afetiva gira em torno do esporte e as pessoas desse meio. Em relação aos atletas não deficientes físicos, o apoio durante a carreira propicia a ele uma aposentadoria, que lhe traga estabilidade (financeiro e psicológico), já aos atletas deficientes pouca informação se tem e muito menos estabilidade quando encerra sua carreira. A transição para a aposentadoria é uma serie continua de efeitos positivos e negativos, depressão onde acarreta um ganho grande de peso, raiva, sentimento de inutilidade, entre outros. Uma estratégia muito usada pelos atletas para sentirem menos esse impacto é o re-investimento no esporte, usando como uma forma recreativa, administrativa, para se manterem nesse meio.

Analise Critica:

Um atleta portador de deficiência física pode ser comparado sim com um atleta não portador, fique bem claro que suas dificuldades serão maiores, seus limites, superação e aceitação na maioria das vezes vão tentar defini-lo, mas cabe a estes se entenderem e aceitarem e provar à sociedade que alem de atletas são seres humanos, com direitos. Devem ser aceitos e respeitados, não deixando prevalecer suas diferenças, mas sim suas capacidades e habilidades.

O apoio da família durante e após a carreira profissional, é crucial para o desenvolvimento dos atletas, para superar e aceita suas limitações.

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