quinta-feira, 25 de junho de 2009

Deficiência Mental

Texto: Poliane Oliveira - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Antigamente o deficiente mental era reconhecido pelo escores de QI e educacional, a pessoa que apresentasse o QI menor que o padrão era considerado deficiente mental. Atualmente esse reconhecimento é feito pelo comportamento adaptativo, ou seja, comportamento intelectual abaixo da média, dificuldades em duas ou mais áreas adaptativas, e antes dos 18 anos de idade é manifestada essa deficiência, pois ate os 18 anos de idade considera-se como processo de desenvolvimento. Considera-se como habilidades adaptativas a comunicação, autonomia, auto-cuidado, vida familiar, saúde e segurança, habilidades sociais, desempenho acadêmico funcional, uso de recursos da comunidade, lazer e trabalho. Se houver limitações significativas em pelo menos duas dessas áreas adaptativas, essa pessoa é considerada deficiente mental.

Baseado na intensidade dos apoios necessários fez-se a classificação dos deficientes mentais em intermitente, o apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-se por sua natureza episódica, ou seja, a pessoa nem sempre está precisando de apoio continuadamente, mas durante momentos em determinados ciclos da vida, como por exemplo, na perda do emprego ou fase aguda de uma doença. Os apoios intermitentes podem ser de alta ou de baixa intensidade. Limitado, nesse caso incluem-se deficientes que podem requerer um nível de apoio mais intensivo e limitado, como por exemplo, o treinamento do deficiente para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta. Extensivo, trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, normalmente diária em pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida familiar, social ou profissional. Nesse caso não existe uma limitação temporal para o apoio, que normalmente se dá em longo prazo. E generalizado, que é o apoio constante e intenso, necessário em diferentes áreas de atividade da vida.

A partir de uma outra classificação podemos perceber a gravidade da deficiência mental, e seu comportamento adaptativo, por exemplo, profundo, são pessoas com uma incapacidade total de autonomia. Os que têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo; severo, são pessoas que necessitam de um trabalho para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear; moderado, o máximo que podem alcançar é o ponto de assumir um nível pré-operativo. São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e, inclusive, podem realizar certas atitudes bem elaboradas. Quando adultos podem freqüentar lugares ocupacionais, mesmo que sempre estejam necessitando de supervisão; leve, são casos perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com supervisão e limítrofe, pessoas com aprendizagem lenta, emocionalmente normal.

Inúmeras causas e fatores de risco podem levar à deficiência mental, mas é muito importante ressaltar que muitas vezes não se chega a estabelecer com clareza a causa da deficiência mental. Fatores de Risco e Causas Pré-Natais, são os fatores que incidirão desde a concepção até o início do trabalho de parto, e podem ser: fatores tóxicos na mãe: alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de medicamentos, poluição ambiental, tabagismo; doenças maternas: rubéola, sífilis, caxumba e fatores genéticos e doenças infecciosas na mãe: sífilis, rubéola, toxoplasmose. Fatores de Risco e Causas Peri-Natais, são os fatores que incidirão do início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê, e podem ser: prematuridade; anóxia; parto prolongado e lesões mecânicas. Fatores de Risco e Causas Pós-Natais, aqueles que incidirão do 30º dia de vida até o final da adolescência e podem ser: desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global; infecções: meningite, sarampo; intoxicações (envenenamento): remédios, inseticidas, produtos químicos (chumbo, mercúrio); acidentes: trânsito, afogamento, asfixia, quedas, etc.

Podemos analisar também a deficiência mental a partir de características cognitivas, se a pessoa apresenta problemas de atenção e apatia para aprender; se apresenta dificuldades na linguagem e na comunicação, como por exemplo, vocabulário reduzido e dificuldades para se comunicar e dificuldades de expressar suas vontades, apresentar sugestões e fazer indagações; dificuldades de compreensão de conceitos, principalmente abstratos, como por exemplo, deficiência na aprendizagem de conceitos, no estabelecimento de relações entre fatos, eventos ou estímulos diferentes e se apresenta dificuldades de atenção seletiva. A partir das características sócio-afetivas podemos ficar atento à dependência, carência sócio-afetiva, comportamentos socialmente inadequados, como agressividade e sexualidade. E a partir das características físicas e motoras, se a pessoa apresenta atrasos no desenvolvimento motor, lentidão nos movimentos, se é de estatura um pouco mais baixa, se costumam ser mais suscetíveis a problemas físicos e doenças, se apresentam valores mais baixos de medidas de força, de resistência, de flexibilidade, agilidade, equilíbrio, velocidade de corrida e tempo de reação, se apresenta sobrepeso e obesidade, entre outros.

São mais de 80 características associada à Síndrome de Down, como a baixa estatura, boca pequena e lábios finos, cabeça pequena, cabelo esparso e fino, falta de equilíbrio, hipermobilidade articular, complicações cardíaca, hipotonia, problemas respiratórios, visão e audição limitadas, instabilidade atlanto-axial, hipercolesterolemia, obesidade, entre outros. Para que se possa trabalhar de forma tranqüila com uma pessoa com síndrome de down, é imprescindível liberação medica, são contra-indicados exercícios que causam hiperflexão e hiperextensão, trabalhar coordenação motora, monitorar atividades aeróbias, pois possuem problemas cardíacos e respiratórios. Em casos de deficientes físicos o objetivo da educação física e dos esportes adaptados é procurar compensar possíveis defasagens à estimulação psicomotora, como equilíbrio, percepção espaço-temporal e percepção cinestésica; promover a inclusão social, a partir de brincadeiras e jogos; melhorar a aptidão física, como resistência e força; promover a iniciação esportiva e capacitar a pessoa para convívio social ativo e prevenir contra distúrbios secundários, como por exemplo, os males do sedentarismo. Numa aula com deficientes físicos o professor deve manter seu auto-controle, começar com atividades que enfatizem seus potenciais, evitar apresentar muitas informações ao mesmo tempo; e trabalhar com atividades fechadas, no inicio, meio e fim.

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