Educação Física Para PNE UFVJM

terça-feira, 30 de junho de 2009

Resumo de artigo: A pessoa portadora de deficiência física e o lazer


Texto: Erica Furfuro  - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O lazer é algo imprescindível à sociedade moderna, pois proporciona ao indivíduo descanso, divertimento e sociabilização. É um fenômeno de atuação multidisciplinar, podendo ter a participação de profissionais de educação física, artes, turismo, dentre outros.

 Na antiguidade, o lazer era um exercício nobre, no qual só alguns podiam praticar como os filósofos, ficando restrito aos escravos.

  O lazer originou-se após a Revolução Industrial, pois com o surgimento de grandes indústrias, diminuíram as horas de trabalho, restando à população repouso.
 Existem duas linhas distintas de pensamento em relação ao lazer: uma refere-se ao lazer como estilo de vida (atitude), considerando o trabalho como o lazer e a outra abordagem refere-se a um período de tempo livre no qual não há trabalho nem outras obrigações referentes à família e aos deveres sociais.

  O objetivo do estudo foi analisar o lazer da ótica de pessoas portadoras de deficiência (PPDF) e do prefeito de Bauru (SP).

 A PPDF é aquela que apresenta alguma variação no grau de dificuldade na realização de um movimento físico. Divide-se a PPDF em ortopédicas, neurológicas, congênitos, adquiridos, progressivos, permanentes, temporários, agudos e crônicos. A deficiência tem origem dos seguintes fatores: amputação, espinha bífida, nanismo, distrofia muscular, osteogênese imperfeita, artrite, lesões medulares, poliomielite, paralisia cerebral. Tais problemas podem ocorrer no pré-natal, natal, pós-natal; em conseqüência da rubéola, do RH incompatível com a mãe, da meningite, etc.

 Acredita-se que as PPDF necessitam vivenciar momentos com igual ou maior intensidade do que os oferecidos pela sociedade a fim de desenvolver as habilidades motoras, a auto-estima, a independência, e principalmente, favorecer a inclusão social. Mas ainda se observa atitudes discriminatórias na sociedade, além das condições do próprio indivíduo, como as limitações físicas, econômica, cultural, etária serem responsáveis pela restrição à prática do lazer.

 No Brasil, há ainda muitas dificuldades em incluir as PPDF na sociedade, tanto pela falta de infra-estrutura adequada quanto pelo não cumprimento das leis. Embora ainda deixe a desejar, o lazer para PPDF vem passando por uma evolução, desde a utilização para reabilitação física até a utilização como direito de ser humano.

 O lazer proporciona para a PPDF: melhora no bem-estar e na saúde, saída de casa, importância do lazer em fundar associações que facilitam a organização e discussão sobre assuntos políticos, limitação de associações e do Estado no que diz respeito ao lazer para a PPDF, observação de que lazer não é apenas esporte e falta de infra-estrutura.

No estudo, analisaram-se dez depoimentos de PPDF (adultas), “vítimas” de poliomielite ou paralisia cerebral, a fim de se compreender como conceituam e avaliam o lazer em Bauru-SP, entrevistando também o prefeito da cidade.

 Foram formuladas as seguintes questões-temáticas:
• entendimento de lazer;
• benefícios;
• atividades de lazer;
• quem o acompanha;
• atual infra-estrutura para o lazer.
 Em relação ao prefeito de Bauru, demonstrou preocupação em termos da política para as PPDF, apesar de não haver nenhum projeto específico que atendem as necessidades das PPDF, cabendo a elas se adaptarem ao sistema. Em relação às PPDF, ainda apresentam limitações ao conhecimento de lazer e aos seus direitos, o que dificulta a inclusão social.
Análise crítica do artigo:
 Primeiramente, concordo com o artigo no que diz respeito à falta de conhecimento do lazer em relação à pessoa portadora de deficiência e principalmente dos seus familiares, dos quais irão encaminhá-los.

  Seria necessário assim como a prefeitura, a população e aos estudantes proporem projetos à prefeitura, para que esta possa atendê-los e proporcionar tudo que é direito dos portadores de necessidades especiais para que estes vivenciem momentos com grande intensidade.

Deficiência Visual

Texto: Cassio Felipe Nascimento - Aluno do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

É uma situação irreversível de diminuição da resposta visual em virtudes de causas congênitas ou adquiridas.
Podemos classificar a deficiência visual em três tipos são elas:
- Cegos: Tem somente a percepção da luz q não têm nenhuma visão.
-Visão Parcial: tem limitações da visão a distância, mas são poucos centímetros.
- Visão reduzida: indivíduos que podem ter seus problemas corrigidos por cirurgias ou pela utilização de lentes.
Segundo o decreto Nº. 3.298899 e o decreto Nº. 5.296/04.
- Cegueira: na qual a acuidade visual é iguais ou menores que 6/60 no melhor olho, com melhor correção ótica.
- Baixa visão
- Acuidade visual entre 6/60 e 18/60 no melhor olho com a melhor correção ótica.
- Os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos forte menor ou igual q 60º.
As causas da deficiência visual pode ser congênita ou adquirida:
Doenças Infecciosas: acidentes, ferimentos, envenenamento, tumores, doenças e influencias pré-natal e hereditariedade.
Algumas causas de perda visual
- Degeneração muscular: causa perda de acuidade visual e um ponto cego central no campo visual, pode  ser por idade ou hereditário.
- Retinoblastoma: é um tipo de câncer q frequentemente pode levar a renovação do olho.
Pode ser congênita ou aparecer durante os três primeiros anos de vida.
- Rubéola: durante o terceiro mês de gestação as complicações podem causar limitações na visão do bebê, má formação e cataratas congênitas.
- albinismo: caracterizado por falta de pigmentação na íris e em todo corpo os olhos ficam sensíveis a luz. Podem apresentar nistagno.
- Retinose pigmentar: degenerativa e hereditária causa degeneração gradativa das células da retina sensíveis a luz, inicia-se com a cegueira noturna, seguida pela possibilidade da perda da visão periférica.
- Síndrome Usher: causa de surdez, cegueira é hereditário e provoca perda auditiva e perda progressiva da visão em função da Retinose pigmentar.
 - glaucoma: causada por um distúrbio na drenagem de fluido intra-ocular, pode levar a cegueira total que pode ser gradual, súbita ou estar presente desde o nascimento.
- Catarata: perde-se a transparência característica da lente, torna o cristalino, opaco, possível sensibilidade à luz.
- Retinopatia da pré maturidade: ocorre em alguns bebês nascidos prematuramente, causando redução da acuidade ou cegueira total.
Os deficientes visuais podem desenvolver algumas características afetivas e sociais como, por exemplo: maneirismo, nervosismo, medo, dependência e super-proteção, redução das experiências que podem acarretar atrasos no desenvolvimento, perceptivo, congênito, motor, além disso, podem se notar algumas características de cunho físico e motor são elas: Reduzidas oportunidades de brincadeiras manuais, movimentação reduzida, desvios postura is, distúrbios de auto imagem, desequilíbrio, marcha arrastada e lenta, baixa aptidão física relacionada a saúde.
A educação física de induzir essas pessoas de maneira que essas possam participar ativamente das atividades da educação física recreação e esporte na escola e ao longo da vida. 

domingo, 28 de junho de 2009

Resumo de artigo: Lazer, Esporte, Jogo e Trabalho: uma relação com a deficiência

Admilson Santos et all.Lazer, Esporte, Jogo e Trabalho: uma relação coma deficiência. Revista Diálogospossíveis

Texto: Cristiano Sales - Aluno do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O artigo faz uma breve introdução falando da relação entre o lazer e o esporte (jogo). Jogo este que é voltado apenas para os mais fortes, onde o mais eficiente deve sempre vencer, e isto não inclui em nada o deficiente. Com isso os esportes que são transmitidos pelos sistemas de comunicação se tornaram uma forma de lazer para as pessoas, na sua maioria de grandes centros urbanos, pois se dizem muito cansadas e de não terem tempo ao lazer.

O lazer é um direito humano previsto por lei, que esta contemplado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948. A Federação Internacional de Educação Física-FIEF contempla o lazer em vários artigos.

A pratica do lazer esta ligada ao prazer, estudos têm demonstrado que o prazer é um estado fisiológico acompanhado de intensa atividade do neurotransmissor dopamina, criando uma percepção do mundo de emoções. Relacionando estes dos enfoques ainda prazer e exercícios físicos esta ligado também a secreção de vários outros hormônios, entre eles esta a endorfina que bloqueia a sensação de dor, com isso leva o praticante de atividades de grande duração, como a maratona, a suportar por mais tempo.

O tempo livre na sociedade contemporânea é superior a do tempo de trabalho, a perspectiva de tempo esta relacionada com ações fora do trabalho, não só profissional mas também das atividades familiares, sociais e religiosas. Elis(1992) ...conclui que todas as atividades de lazer são atividades de tempo livre, entretanto nem todas as atividades de tempo livre são de lazer. E ele mesmo da uma classificação para as atividades de tempo livre.

As opções de lazer depende do ponto de vista individual, mas necessita de um estimulo social, que mostre a sua importância para qualquer individuo, portador ou não de deficiência.

O espaço que é fundamental para a pratica do lazer, do esporte, é muito carente em varias cidades, principalmente para os portadores de deficiência, que quando tem o espaço não contam com um transporte adequado.Com isso a cidade vai restringindo a locomoção desses deficientes. Para que isto não aconteça é necessário soluções de curo e médio prazo, para podermos entregar todos na sociedades, e assim usufruírem de seus direitos, e isto é de dever publico que não inclui apenas os políticos mas também todos nos cidadãos e ao meu ver principalmente nos Educadores Físicos que estamos diretamente ligados a pratica de atividade física.

Resumo de artigo: Lazer, Esporte, Jogo e Trabalho: uma relação com a deficiência

Admilson Santos, Gilmar Mercês de Jesus, João Danilo de Oliveira Batista, Luiz Alexandre O. Da Rocha, Sandra Regina Rosa Farias. Lazer, Esporte, Jogo e Trabalho: uma relação com a deficiência.

Texto: Dagmar Filho - Aluno do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Em relação ao trabalho, no entender de Claparéde (1958), a melhor maneira de dar a tarefa escolar uma razão de ser imediata aos olhos da criança, de ligá-lo um sistema de interesses que lhe confiram todo seu valor e suscitem a quantidade de energia necessária para que a criança se dedique inteiramente, é envolvê-la numa atmosfera de jogo.

A principal diferença entre o jogo e o trabalho, para Makarenko (1981), é que, enquanto o trabalho traduz a participação do homem na procura social, na criação de valores materiais ou culturais, isto é, sociais, o jogo não procura objetivos dessa natureza, bem como não tem relação direta com objetivos sociais, mas vincula-se a eles de forma indireta através da cultura.

Segundo Durmazedier (2001), o jogo tornou-se uma exigência da cultura popular, nascida do lazer, determinante nas mudanças profundas da cultura tradicional e de vanguarda. Para Milton Santos (2000), essas mudanças do ponto de vista cultural são frutos da nossa era globalizada, na qual tudo se confunde e, com isso, a palavra e o fenômeno lazer têm significações que se misturam, ora as pessoas podem distrair-se como podem ser distraídos.

Em relação ao lazer, Dumazedier (2001), define como um conjunto de ocupações as quais o individuo pode entregar-se de livre vontade no repouso, na diversão e entretenimento ou ainda para ampliação de sua formação e informação de maneira desprendida após livra-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.

Na função de descanso, o lazer funciona como restaurador de danos físicos e nervosos provocados pelas tensões do cotidiano particularmente do trabalho. A seguida função está diretamente ligada á procura de uma vida de meditação, de equilibro e de escape por meio de divertimento. Já a terceira função possui uma grande importância para o incremento da cultura popular e utilizam diversas fontes de informação, imprensa, filme, rádio, televisão, podendo criar novas formas de aprendizagem.

Ver filmes, assistir a s partidas de futebol, ouvir radio e outras formas de lazer são, para Russell (2002), prazeres das populações urbanas, que se tornaram essencialmente passivas. Este fenômeno ocorre pela falta de lazer e pelo excesso de trabalho que absorve as energias da população proporcionando, assim, mais lazer ás pessoas portadoras de deficiência ou então elas não participariam e desfrutariam mais ativamente dos prazeres.

É interessante mencionar a postura de Milton Santos (2002) em relação aos jornais, rádios, televisão, enfim, á imprensa, pois, em sua visão crítica, entende que, através da tirania da mídia, a informação passa a ser ministrada como propaganda, manipulando imagens do mundo e das pessoas. E essa manipulação, no nosso entendimento, não, é favorável aos portadores de deficiência nem á humanidade por facilitar a competição desfavorável entre o forte e o fraco.

Ao estudarmos mais especificamente como se dá a construção cultural lúdica da pessoa com deficiência, é importante que nos preocupemos e repensemos o compromisso social do profissional de Educação Física em relação ao lazer perante esses sujeitos. O nosso compromisso intensifica-se diante dos fatos históricos, pois a sociedade brasileira é um reflexo da comunidade global. E, com isso, tem recorrido cada vez mais para a exacerbação da competição em nome do mercado, contribuindo com a exclusão de vários grupos, principalmente os portadores de deficiência que, além de não participarem da competição de mercado, são impedidos de exercerem um de seus direitos: o lazer.

Esse impedimento é um reflexo da grane exigência da sociedade em relação às pessoas com deficiência que, a cada dia, enfrentam inúmeras barreiras sociais e arquitetônicas, que dificultam seu acesso ao trabalho, educação e ao lazer. Na condição de educadores, devemos aproveitar a presença das pessoas com deficiência no espaço escolar para fortalecer a atuação da família junto a essas pessoas e procurar educá-las para e pelo lazer.

Aprovada por aclamação, na cidade de Salamanca, Espanha, no dia 10 de junho de 1994, a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, conhecida como Declaração de Salamanca, na sua linha de ação, contemplam o lazer das Pessoas com Deficiência no Item II, Diretrizes de Ação no Plano Nacional, Art. 17, sugerindo aos países que “Deve ser adotadas medidas legislativas paralelas e complementares em saúde, lazer, formação profissional e trabalho”.

Sem uma compatibilidade entre lazer e trabalho, o indivíduo fica privado de inúmeras oportunidades, como desfrutar de momentos felizes e prazerosos e, por isso, não vê motivos nem se sente prestigiado para a continuidade do trabalho. Para Russell (2002), não devemos insistir para que a maioria da população tenha excesso de trabalho, pois, no seu entendimento não há mais necessidade. Ele ressalta que, sem uma acumulação apropriada de horas de lazer, a pessoa deficiente ou não deficiente fica privada de muitas coisas boas.

A inclusão dessas pessoas as coisas boas baseia-se na reestruturação orgânica da sociedade, todos precisam estar juntos, para que possam buscar e realizar tudo: estudar, trabalhar, reabilitar-se, dentre outras tarefas. Segundo Sassaki (2004),a inclusão é diferente da integração , não exige que o ônus da participação recaia apenas nas pessoas com deficiência, e sim que ela seja dividida com toda a sociedade.

Este discurso está ancorado na política de Inclusão Social que vivemos neste momento em nossa sociedade. Com essa política, as classes marginalizadas da sociedade, principalmente da educação, desejam ter acesso a todos os locais para, juntos reabilitar-se estudar, praticar atividades físicas, esportivas e de lazer.

Segundo Carmo (1991), as Pessoas com Deficiência precisam participar de práticas motoras, esportivas e de lazer tanto quanto as pessoas consideradas normais. Neste contexto, a Educação Física não pode excluir essas pessoas dos conhecimentos que fazem parte de uma produção histórico-cultural por serem contribuintes desta construção. Esse modelo quebra a utopia de uma sociedade sustentada nos paradigmas da igualdade universal e começa a discutir uma sociedade fundamentada nas diferenças e na desigualdade.

Análise Crítica

È interessante deixar a criança trabalhar as tarefas escolares com a quantidade de energia necessária para que os alunos possam dedicar inteiramente no clima do jogo. Deixá-las conviver com a ludicidade porque a vida dever ser vivida como jogo, sempre em movimento.

Não podemos deixar de lado as pessoas com deficiência, tanto elas como as pessoas ditas “normais” tem o direito e o dever de ter lazer. A sociedade brasileira tem como cultura de competição, assim elas são impedidas de exercerem um de seus direitos o lazer.

As pessoas com deficiência enfrentam inúmeras barreias tanto nos calçamentos ou em entradas em locais arquitetônicos.

Nos educadores devemos aproveitar a presença de pessoas com deficiência nas escolas, para procurar soluções juntos com a família formas de lazer.

Resumo de artigo: Esporte adaptado como tema da educação física escolar

Marina Brasiliano Salerno; Paulo Ferreira de Araújo. Esporte adaptado como tema da educação física escolar. Revista Conexões.

Texto: William Campos - Aluno do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Introdução

Atualmente encontram-se atividades para gestantes, bebês, idosos, pessoas com deficiência, entre outros.

Percebe-se que a evolução da área da Educação física se deve a tentativa de englobar os mais diferentes públicos, oportunizando desde a vivência até o treinamento das diferentes atividades que compõem os conhecimentos que a Educação física oferece.

Historicamente, a Educação física escolar foi excludente. Buscava, inicialmente, formar homens saudáveis para poder defender o pais em possíveis conflitos, ou formar um homem saudável para trabalhar as longas horas exigidas nas recém chegadas fábricas.

Após essa busca pelo corpo perfeito, o esporte passou a dominar os conteúdos a serem trabalhados nas escolas buscando-se talentos esportivos para representar o país em competições.

A partir dessa linha, a Educação física escolar passou a contar com aulas esportivizadas.

Assim, professores que tinham maior afinidade com uma das modalidades, ofereciam aulas sobre aquelas modalidades apenas, não possibilitando a vivência das demais.

Com isso, apresenta-se as discussões sobre a presença do esporte na escola e não o esporte da escola.

Assim a Educação física escolar inicia a busca sua identidade sobre as possíveis áreas de atuação e conteúdos pertinentes ao âmbito escolar.

A abordagem crítico-superadora propõe o trabalho com os diferentes temas que constituem a chamada cultura corporal: danças, jogos, ginástica, lutas, entre outros temas.

Compreendendo o esporte como um fenômeno socio-cultural, pensa-se na possibilidade de apresentar aos alunos das escolas regulares os esportes praticados pelas pessoas com deficiência. A trajetória do esporte para as pessoas com deficiência tem inicio apos a II Guerra Mundial, momento no qual os países recebem de volta seus heróis de guerra, muitos deles com lesões graves, como amputações e lesões medulares.

Com esse número de pessoas que adquiriram alguma deficiência durante uma guerra, os centros de reabilitação passam a, a oferecer atividades esportivas adaptadas às condições dos, até então, pacientes.

Um dos centros de referência na história do esporte para as pessoas com deficiência e o Hospital de Stoke Mandeville. Por iniciativa dos profissionais desse hospital, foram organizados campeonatos, inicialmente internos. Após essa fase, passam a ser organizados jogos entre centros de diferentes paises, até alcançar a periodicidade das Olimpíadas.

A partir de então, paralelamente as Olimpíadas ocorriam os Jogos de Stoke Mandeville que após algumas edições passaram a ser chamados de Paraolimpíadas.

A partir desse movimento de possibilitar as pessoas com deficiência a pratica esportiva, houve a ampliação da compreensão da capacidade das pessoas com deficiência nos diferentes âmbitos da sociedade.

Diversos esportes passaram a ter suas regras adaptadas para possibilitar as pessoas com deficiência a sua prática e treinamento.

Existem também esportes que foram criados exclusivamente para a população com deficiência, um exemplo é o Goalball, atividade criada para e praticada por pessoas com deficiência visual.

O esporte para a pessoa com deficiência, seja ele adaptado ou então criado exclusivamente para a prática de um determinado grupo, passa a integrar o tema esporte, entendido como um fenômeno que influência a sociedade e por ela é influenciado.

Dessa forma, e esporte praticado pelas pessoas com deficiência, pode integrar os temas trabalhados no esporte no âmbito escolar, passando, a interar o currículo da Educação física escolar.

Trabalhar esse tema no ensino regular é uma maneira de demonstrar o conhecimento de uma expressão cultural das pessoas com deficiência. Estudos que mostrem não apenas os esportes, mas também a deficiência em si, podem oportunizar aos alunos a compreensão que adaptações não significam impossibilidade ou menosprezo e sim a forma de garantir a participação de todos.

A vivência de esportes adaptados fará com que alunos que não possuem algum tipo de percebam as diferenças de percepção auditiva, ou visual, de locomoção, entre outros, para a prática desses esportes.

Essa interação com as diferenças pode fazer com que os alunos passem a respeitar as pessoas ao seu redor.

Método

O trabalho teve início com pesquisas na internet para localização de sites relacionados às deficiências. Foram escolhidas quatro diferentes condições de deficiência: auditiva, visual, física e mental.

Através dessa pesquisa, os alunos obtiveram dados referentes aos conceitos de cada deficiência bem como suas causas e conseqüências. Após essa fase da compreensão de conceitos, causas e conseqüências, os alunos das 4ª séries puderam vivenciar duas modalidades esportivas para pessoas com deficiência: o goalball e o vôlei sentado.

Descrição das Atividades

Antes da realização das atividades, foi proposta uma vivência de caminhada com os olhos vendados. Em dupla, os alunos exploraram os diferentes espaços da escola sendo que um aluno fazia uso de vendas e o outro era o guia.

Após essa fase, a professora propôs montar o espaço utilizado para se jogar o goalball. Assim, os alunos com auxilio da professora montaram a quadra de goalball.

Todos os alunos tiveram a oportunidade de montar o campo a ser utilizado, bem como vivenciar a modalidade.

A segunda modalidade apresentada foi o vôlei sentado. Para a realização dessa modalidade foi necessário apenas diminuir a altura de uma rede de vôlei convencional e fazer os atletas jogarem sentados.

Discussão

O esporte enquanto conteúdo da Educação física escolar deve apresentar o maior numero de atividades aos alunos para fazer com que os mesmos possam, futuramente, escolher uma atividade para praticar ou treinar.

A possibilidade do esporte para a pessoa com deficiência não ocorre apenas pelo movimento ou desenvolvimento de coordenação motora ou outros, ela pode fazer parte do contexto da Educação física escolar para acrescentar aos alunos a compreensão das diferenças e que o fenômeno esportivo pode ser para todos.

Análise crítica do artigo: O artigo trata de um tema muito importante nos tempos atuais, já que uma porcentagem significativa da população mundial é portadora de alguma deficiência e por tanto precisa de algum tipo de esporte adaptado para que não seja excluído das aulas de Educação Física. Na minha opinião, o esporte adaptado se faz importante dentro da educação física escolar porque através dele, além de não haver a exclusão dos alunos portadores de necessidades especiais, o esporte adaptado pode proporcionar para os alunos que não sofrem de nenhuma deficiência a experiência de se colocar no lugar dos colegas que são PNEs, e através dessa vivência esses alunos podem ter uma maior noção sobre o que os PNEs são ou não capazes de fazer no seu dia a dia, e assim todos os alunos poderão conhecer e respeitar os limites de cada um, através disso perceberão que os alunos portadores de necessidades especiais não são “coitadinhos” como são vistos por muitos, e que mesmo com suas deficiências e limitações eles podem e devem ter uma vida como a de qualquer um, tendo direito ao lazer, educação e tudo mais que a vida pode proporcionar a uma pessoa seja ela deficiente ou não.

Resumo de artigo: A Trajetória do Atleta Portador de Deficiência Física no Esporte Adaptado de Rendimento

Melissa Rodrigues Brazuma; Eliane Mauerberg-deCastro. A Trajetória do Atleta Portador de Deficiência Física no Esporte Adaptado de Rendimento. Uma Revisão da Literatura. Motriz Jul-Dez 2001, Vol. 7, n.2, PP. 115-123

Texto: Aline Rosemarq - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O esporte de alto rendimento ou alto nível é visto como uma forma de espetáculo e validação de uma sociedade, mas está em contexto no qual vem sofrendo muita critica e levantando preocupações entre os estudiosos das ciências do esporte.

O alto nível exige do ser humano atleta um rendimento máximo, no âmbito biofísico, psicológico e sociológico. Dessa forma o esporte de alto nível apresenta características que o tornam seletivo, favorecendo a um numero reduzido de participantes, a chamada elite, esta sendo o alvo de estudo de vários pesquisadores, pois a relação competição e estresse levam a um questionamento sobre o seu valor ético e as influencias na saúde mental.

No campo do esporte adaptado de alto rendimento, pôde-se constata que as influências positivas se destacam em relação às negativas, podendo citar a Paraolimpíada onde esses atletas se tornam exemplos a serem seguidos por outros portadores de deficiência que se encontra em estágio de reabilitação, iniciação ao esporte e na grande maioria das vezes em sedentarismo.

Ridgway e Boyd (1994) destacam uma das principais temáticas que giram em torno do benefício do esporte adaptado de alto nível, participação, superarão e legado, são as atitudes, auto-atualizaçao. O beneficio do esporte como uma ferramenta para melhorar a qualidade de vida.

O atleta quando começa a ter sucesso no esporte a sociedade, vê o indivíduo como um cidadão potencialmente representante de seus clubes, cidade, estado, enfim começa a se ter o devido e merecido respeito.

O Brasil possui vários atletas praticantes, um nível elevado em relação ao esporte adaptado, atletas esses do esporte de alto rendimento que participam das Paraolimpíadas. Esse esporte adaptado nasceu em nosso país em 1958 no Rio de Janeiro, o percussor foi Robson Almeida, portador de paraplegia que vinha de uma experiência de reabilitação vivida nos EUA. O esporte se difundiu lentamente nos grandes centros.

Como uma vida no esporte de alto rendimento requer muito do atleta, muitas são as dificuldades encontradas no caminho, toda sua rotina pessoal e profissional acaba girando em torno das metas do esporte, passando assim por complicados momentos de superação, preparar para competir com oponente, cuidar sempre da auto-estima e ajudar os outros nesses momentos de “quedas”, nesse ambiente esportivo o atleta cria um senso de responsabilidade política.

Uma clara diferença relacionada à competição pode ser observada entre atleta portador e não-portador de deficiência, o primeiro, competi contra si, contra sua deficiência, a vida e contra os outros; superação de sua deficiência. Disparidade enorme em relação ao financeiro e apoios. Talvez o mais importante no esporte de alto rendimento adaptado, seja da percepção da construção de uma identidade de atleta ao invés da identidade de “pessoa deficiente”, para estes o mais importe é não ser visto como um deficiente, mas como um jogador, corredor, nadador... Dotado de habilidades.

Palla (1997) analisou atitudes de indivíduos portadores de deficiência física e comparou com indivíduos não portadores de deficiência, contatou que ambos têm atitudes favoráveis ao esporte. Esta participação leva os indivíduos a perceberem que o esporte melhora status social, alivia tensões, fonte de lazer, valoriza o individuo, desinibe e também melhora a aparência e estica física. Mas entre os portadores de deficiência física notou-se que essas noções dependiam do tempo de prática no esporte e do grau de escolaridade.

Sinclair & Orlick (1993) o sucesso e a importância do esporte transcende o caráter individual para dar lugar a uma dimensão política histórica e de transformação de valores, que são expressões máximas dos direitos humanos e também são uma forma de validação do conceito de diversidade.

A carreira profissional desses deficientes passa por todos os processos de especialização, da iniciação a aposentadoria. Lembrando que muitos praticam, mas não chegam ao alto rendimento, passando assim por uma dificuldade ainda maior. Durante a fase de iniciação, esses atletas têm uma dedicação exclusiva ao esporte, deixando para traz muitos amigos, família, enfim sua vida social e afetiva gira em torno do esporte e as pessoas desse meio. Em relação aos atletas não deficientes físicos, o apoio durante a carreira propicia a ele uma aposentadoria, que lhe traga estabilidade (financeiro e psicológico), já aos atletas deficientes pouca informação se tem e muito menos estabilidade quando encerra sua carreira. A transição para a aposentadoria é uma serie continua de efeitos positivos e negativos, depressão onde acarreta um ganho grande de peso, raiva, sentimento de inutilidade, entre outros. Uma estratégia muito usada pelos atletas para sentirem menos esse impacto é o re-investimento no esporte, usando como uma forma recreativa, administrativa, para se manterem nesse meio.

Analise Critica:

Um atleta portador de deficiência física pode ser comparado sim com um atleta não portador, fique bem claro que suas dificuldades serão maiores, seus limites, superação e aceitação na maioria das vezes vão tentar defini-lo, mas cabe a estes se entenderem e aceitarem e provar à sociedade que alem de atletas são seres humanos, com direitos. Devem ser aceitos e respeitados, não deixando prevalecer suas diferenças, mas sim suas capacidades e habilidades.

O apoio da família durante e após a carreira profissional, é crucial para o desenvolvimento dos atletas, para superar e aceita suas limitações.

Do luto à luta, o documentário

Texto: Tainara Vigato - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Do Luto à Luta é um documentário que não fala apenas das dificuldades das pessoas com a Síndrome de Down, mas também de como é possível que eles se adaptem à sociedade e levem uma vida praticamente normal.
O título em si exprime a passagem do sentimento de perda para a postura de afirmação da vida, que nem todos os pais de crianças com Down conseguem fazer. O autor parte da sua experiência familiar para enfocar a inserção social e cultural dos portadores que alguns consideram um problema, mas as soluções são bem mais simples do que se imagina, principalmente quando se deixa de lado os preconceitos e estigmas sociais.
O documentário dá ênfase às potencialidades que alguns portadores da síndrome fazem questão de mostrar; eles dançam, surfam, nadam, namoram, casam, enfim, têm desejos e planejam suas vidas normalmente. Prova que uma adaptação saudável do indivíduo depende mais da sociedade do que do portador da síndrome. Os jovens são sensíveis e inteligentes, se mostram tão aptos a aprender e trabalhar como pessoas que não têm essa deficiência.
As famílias relatam que superaram os estágios inicias de medo e reunidas diante da câmera, pais e filhos contam histórias de rejeição, superação e amor incondicional. O documentário mostra que a primeira grande dificuldade que a criança com Down enfrenta é a aceitação dentro da própria família. Como diz um pai entrevistado: “Foi um susto. O obstetra tinha até medo de dizer, e eu percebi que tinha algo de diferente”. Já para outro pai, a experiência foi um processo de descoberta de si mesmo, que acabou contagiando toda a família e facilitando a adaptação da criança.
Do Luto à Luta é um documentário emocionante e ao mesmo tempo informativo que pode mudar uma série de conceitos errôneos que estão enraizados na sociedade.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Resumo de artigo: Aspectos Motivacionais e Benefícios da Prática do Basquetebol Sobre Rodas

Marcelo da Silva Villas Boas, Ricardo Henrique Bim e Sabrina Helena Souza Barian.Aspectos Motivacionais e Benefícios da Prática do Basquetebol Sobre Rodas. Revista da Educação Física/UEM

Texto: Thyago Tacyano - Aluno do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

A prática de atividade motora adaptada aumentou significativamente no Brasil nos últimos dez anos, impulsionada pela concepção da inclusão social e pela maior popularidade e divulgação do desporto paraolímpico.

O basquete em cadeira de rodas teve seu inicio após a segunda guerra mundial, servindo como um agente facilitador na reabilitação de lesionados de guerra.

No Brasil, o surgimento do basquetebol em cadeira de rodas ocorreu através de duas pessoas que foram participar de um programa de reabilitação nos EUA. Sérgio Del Grande passou a desenvolver a modalidade em São Paulo, incentivando a criação de um clube denominado Clube dos Paraplégicos. Por sua vez, Robson Sampaio foi para o Rio de Janeiro, e lá criou o Clube do Otimismo (MATTOS, 1994).

O basquete sobre rodas visa atender crianças, adolescentes e adultos de ambos os sexos, interessados na aprendizagem, podendo desta forma contribuir para a inclusão social.

Conforme afirma Sassaki (1997), para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que precisa ser capaz de atender ás necessidades de seus membros, e não o oposto.

Neste sentido, esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de investigar quais os motivos que levam as pessoas com necessidades físicas especiais a praticarem o basquetebol sobre rodas e, ao mesmo tempo verificar quais os reflexos do esporte adaptado sobre a qualidade de vida dessas pessoas.

Metodologia:

O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa do tipo descritivo. Seu propósito foi investigar quais motivos que levam as pessoas com deficiência física a praticarem o basquetebol sobre rodas, e também verificar quais os reflexos do esporte adaptado sobre a qualidade de vida das pessoas.

Para diagnóstico de tais questionamentos, utilizou-se como instrumento de medida um questionário avaliado por profissionais da área. O questionário, composto por doze questões fechadas, foi aplicado individualmente aos sujeitos da pesquisa.

A análise dos dados motivacionais baseou-se em Berleze (2002, p. 99), que afirma: “A motivação pode ser classificada como sendo intrínseca e extrínseca”. Em relação aos possíveis benefícios que a atividade pode proporcionar á qualidade de vida dos praticantes, foram relacionados e discutidos os fatores mais citados.

Resultados e discussões

Conforme resultados apresentados, o principal motivo que levou as pessoas com necessidades especiais à prática do basquetebol sobre rodas está relacionado à oportunidade de desenvolverem uma atividade de lazer/recreação.

Em seguida – mas com menos freqüência – são citadas as oportunidades de novas amizades, competição e perspectiva de melhora da relação à deficiência como os motivos que os incentivaram a essa prática.

Os resultados demonstram também, um equilíbrio em relação aos motivos internos e externos para a prática do basquetebol sobre rodas. Conforme observa Angelini (1973), vários indivíduos podem realizar a mesma atividade por motivos diferentes.

Os autores são unânimes em afirmar que a atividade motora adaptada possibilita melhorias em relação aos aspectos físicos, motores, psicológicos e sociais do indivíduo.

Considerações finais:

No presente estudo foram constatados os resultados que se seguem.

O principal motivo que levou as pessoas com deficiência física a praticarem o basquetebol sobre rodas foi o de lazer e recreação, o qual alcançou 50% das respostas. Em seguida foram citadas as possibilidades de fazerem novas amizades e o intuito de competição. Com a menor freqüência aparece a perspectiva de melhora em relação à deficiência.

Resumo de artigo: o ensino da educação física para deficientes visuais

MELO, J . P. . O ensino da educação física para deficientes visuais. Revista Brasileira de Ciências do Esporte

Texto: Daniela siqueira - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O artigo aborda o ensino da educação física para pessoas portadoras de deficiência visual. Foi realizado um estudo um estudo da realidade no Instituto de Educação e Reeducação de cegos (IERC) do Rio Grande do Norte, em Natal-RN.

Foi observada, uma ausência de métodos e conteúdos abordados, assim como uma justificativa objetiva sobre a real função da Educação Física dentro da Instituição.

A respeito da proposta da Instituição para a Educação Física, foi relatado por um professor que primeiro foram verificadas quais as melhores atividades a serem desenvolvidas com os alunos, e foi constatado que as mais solicitadas foram: natação, futebol e a dança, sendo esta a mais pedida. A experiência com o futebol, não obteve sucesso, pois faltou clareza ao professor ao desenvolver esse esporte, além do espaço físico inadequado para a prática do mesmo. Por esses motivos, o futebol foi substituído por outras atividades como: musculação, atividades na água, jogos recreativos e a dança mais focada para terapia ocupacional.

O professor citado busca uma direção correta para orientar sua ação pedagógica, porém na realidade da Educação Física não existe uma direção capaz de determinar de maneira precisa uma aula. No entanto, é possível definir uma filosofia e estabelecer uma caminho a ser trilhado baseado nas Diretrizes da Educação Nacional, e no respeito a realidade das escolas.

Antes de estabelecer esses caminhos pedagógicos para a Educação Física, é necessário um conhecimento sobre a deficiência, suas limitações e oportunidades na vida do portador, após essa primeira verificação definir as ações que deverão ser usadas durante a s aulas. É importante saber se o aluno é um deficiente visual completo ou se ainda possui algum resíduo da visão, se a deficiência é congênita ou adquirida.

Deve-se lembrar que o deficiente visual necessita de práticas educacionais mais próximas de sua realidade, assim como qualquer considerada “normal”. As atividades realizadas devem desenvolver as questões motoras, cognitiva, afetivas e sociais do aluno sem destacar suas limitações e favorecendo suas reais possibilidades de prática.

Antes de planejar uma aula para deficientes visuais é necessário conhecer as possibilidades de trabalho da Instituição onde serão ministradas as aulas. É importante discutir com a equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, entre outros), a melhor maneira de trabalho, assim como se faz necessário o conhecimento da realidade da clientela.

O deficiente visual apresenta dificuldades para aprender movimentos, fato este que está ligado á má adaptação sensorio-motora, a insegurança e a ansiedade. Porém, é de suma importância que o essas pessoas saibam se locomover, orientar-se e conhecer seu próprio corpo. Essas práticas podem ser trabalhadas durante as aulas de Educação Física para ajudar na autonomia e auto-estima do portador de deficiência.

Outro fator importante a ser trabalhado é o controle tônico, que pode ser feito através de atividades que estimulem o equilíbrio dinâmico e estático. Essas atividades devem ser dividas por grau de complexidade, e de acordo com idade do aluno, deve-se também fazer sessões de alongamentos com a finalidade de diminuir a rigidez muscular.

A função da Educação Física na Instituição deve ser apresentada de maneira clara ao aluno, a família e a própria instituição.

A Educação Física favorece a aprendizagem da caminhada pelo deficiente físico, sem que seja necessário auxílio de outras pessoas, bem como uma maior mobilidade e orientação espacial. Isto se torna possível, após a estimulação de sentidos remanescentes e do desenvolvimento de ações que contribuam para essa orientação e mobilidade.

Quanto ao método de ensino a ser usado, cabe ao professor decidir num modelo diretivo (centrado no professor), ou em métodos que possibilitem maior participação dos alunos ( com perguntas, apresentação de problemas, sugestões, etc.), no entanto todos os métodos devem priorizar a segurança do aluno.Convém lembrar que alguns deficientes visuais exigem atendimento individual.

“A educação da criança deficiente tem como meta os mesmos objetivos determinados para a criança não-deficiente. Para que isso realmente aconteça, faz-se necessária uma educação especial que ofereça oportunidade de desenvolvimento e acesso a conhecimentos sistematizados, com recursos educacionais diferentes, ou, melhor dizendo, específicos.” (Nogueira, Brancatti, 1990, p.77).

O deficiente visual deve vivenciar situações motoras que o desafiem, o estimulem a ter novas experiências, o resultado depende de experiências anteriores do aluno, se já teve ou não acesso á alguma prática motora.

O processo de avaliação deve ser feito analisando os avanços e retrocessos na aprendizagem dos alunos. Os testes devem ser escolhidos e aplicados de maneira consciente, e coerente com o que foi ministrado me sala de aula. Esses testes servem não somente como avaliação dos alunos, como também uma reavaliação do trabalho do professor, que poderá corrigir possíveis erros pedagógicos.

Por fim, é importante reconhecer que a Educação Física adaptada ao deficiente visual não é igual á Educação Física ministrada em classes com alunos ditos “normais”, por isso é necessário o desenvolvimento de atividades específicas que possam favorecer maiores melhores possibilidades para esses alunos.

CRÍTICA AO ARTIGO

Ao pensar na Educação Física para deficientes visuais pensa-se muitas vezes, em poucas propostas didáticas que possam suprir a verdadeira necessidade dessa clientela. Como foi dito no artigo é necessário reconhecer a existência de muitas limitações para essa prática quando comparada atividades para pessoas “normais”, por tanto é de fundamental importância a criação de atividades específicas para essas pessoas.

A função do professor de Educação Física é trabalhar em todas as direções, para melhorar o cotidiano dessas pessoas, seja na escola regular, em instituições especializadas.

O artigo abordou muito o bem o tema proposto, embora não tenha citado que o apoio da família é de fundamental importância para o sucesso das atividades propostas para o deficiente visual

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Resumo de artigo: Educação: possibilidades de uma vida com qualidade para os Deficientes

Clique aqui para acessar o artigo completo: GAIO, R. C. Educação: possibilidades de uma vida com qualidade para os Deficientes. Movimento & Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.4, n.4/5, 2004.

Texto: Natália Ambrósio - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

A autora introduz com algumas reflexões segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre porcentagem de deficientes no Brasil um país em desenvolvimento que é de 10%, e em países menos desenvolvidos que apresentam em sua população 20% de pessoas com alguma deficiência. O estudo esclarece que uma grande parte dos deficientes são pessoas que estão aptas a exercer alguma atividade laboral, e se encontram desempregados além de não receberem assistência.

Já os dados divulgados pelo IBGE no censo de 2000 revelam um aumento na população total de deficientes no Brasil, contando cerca de 14,5% da população apresentando alguma forma de deficiência. A partir do estudo podemos julgar que os números de deficientes na população brasileira vêm crescendo e qual seria o maior agravante disto. A autora apresenta como conseqüência direta à desnutrição, a violência urbana, os acidentes de trânsito, entre outros acontecimentose, reflete também o que considero muito bem esclarecido a importância da Educação, como fator fundamental para que as pessoas deficientes possam alcançar uma vida com qualidade, digna e satisfatória, a partir do entendimento das características e necessidades dessas pessoas, pois, apesar das diferenças existirem, algo que não se deve negar, nenhuma delas pode fazer uma pessoa denominada deficiente inferior à outra dita normal. Mas o que pode diferenciá-las socialmente, de fato, é o acesso que cada uma delas tem a Educação.

Seguido estas reflexões podemos pensar sobre como a Educação brasileira se apresenta, se está sendo inclusiva para pobres, deficientes, para todas as pessoas, ou isto pelo que já podemos ver é apenas em papel. Já a partir desde ponto de vista a autora questiona que conciliar as semelhanças biológicas com as diferenças culturais e romover o desenvolvimento dos seres humanos, a partir de um diálogo pedagógico é o desafio posto para os professores numa Educação de Qualidade, e, principalmente numa Educação que promete promover a Inclusão. Sendo assim, num ambiente educacional onde as diferenças são encaradas como intrínsecas a raça humana, com certeza podemos ter seres mais conscientes da existência e necessidade de pessoas que por motivo congênito ou adquirido são “incompletas” do ponto de vista biológico.

Partindo de uma revisão de literatura sobre Educação Especial, especificamente sobre Educação Inclusiva, a autora buscou tratar a questão sob a ótica da Educação Física. Descreveu o trabalho de um grupo que elaborou oficinas, nas quais estudaram a Educação Física nas escolas, no Ensino Fundamental e pensaram, na prática, a existência das pessoas com necessidades especiais, frente ao cotidiano das atividades motoras em aulas de Educação Física. Segundo MANTOAN, 1998 a Educação Inclusiva institui a inserção dos alunos, deficientes ou não, de uma forma completa e sistemática, cujo objetivo é de não excluir ninguém e sim, o sistema escolar adaptando-se as particularidades de todos os alunos. Assim, a A Educação Física em específico, na perspectiva da inclusão, deve promover o entendimento das características dos alunos, sejam eles deficientes ou não, atender as necessidades dos mesmos a partir das atividades motoras planejadas, em consonância com os objetivos discutidos e definidos para cada série, se preocupando com a metodologia a ser utilizada, a fim de as diferenças existentes em sala de aula sejam aproveitadas como um recurso pedagógico.

As atividades realizadas na disciplina de Educação Física atenderam as características das crianças do Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª série. No caso da 5ª série, a adaptação efetuada atendeu aos alunos Portadores de Síndrome de Down. Já na 6ª série, as adaptações foram realizadas pensando nos alunos deficientes visuais. As adaptações para a 7ª série foram pensadas com a finalidade de atender os alunos com deficiência auditiva. Por último, na 8ª série, pensaram a existência de deficientes físicos nas aulas de Educação Física Inclusiva.

Análiase Crítica e Conclusão

Além da descrição das atividades de acordo com as faixas etárias diferentes e com diferentes deficiências, considerei relevante a colocação do artigo sobre os benefícios tanto de estudantes com deficiência que podem e devem aprender a gostar da diversidade, aproveitando suas capacidades, como também os benefícios para o estudantes sem deficiência, que podem e devem ter acesso a uma gama bem mais ampla de papéis sociais, perder o medo e o preconceito em relação ao “diferente”, desenvolver a cooperação e a tolerância. São diversas as dificuldades que nós professores enfrentamos em lidar com alunos e características distintas, pois o que é apresentado no papel, como o artigo vem mostrando, se encontra dificuldades em aplicação, a criatividade, o prazer, a solidariedade são aspectos que devem ser considerados previamente por um professor.

De um modo geral, o estudo apresentou a importância da Educação no mundo de hoje, para o desenvolvimento do mesmo e inclusão de todas as pessoas e é na escola o passo mais importante que deverá ser dado, a Educação Física então apresenta-se com um papel significante contribuindo com a igualdade de oportunidades.

Deficiência Mental

Texto: Poliane Oliveira - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Antigamente o deficiente mental era reconhecido pelo escores de QI e educacional, a pessoa que apresentasse o QI menor que o padrão era considerado deficiente mental. Atualmente esse reconhecimento é feito pelo comportamento adaptativo, ou seja, comportamento intelectual abaixo da média, dificuldades em duas ou mais áreas adaptativas, e antes dos 18 anos de idade é manifestada essa deficiência, pois ate os 18 anos de idade considera-se como processo de desenvolvimento. Considera-se como habilidades adaptativas a comunicação, autonomia, auto-cuidado, vida familiar, saúde e segurança, habilidades sociais, desempenho acadêmico funcional, uso de recursos da comunidade, lazer e trabalho. Se houver limitações significativas em pelo menos duas dessas áreas adaptativas, essa pessoa é considerada deficiente mental.

Baseado na intensidade dos apoios necessários fez-se a classificação dos deficientes mentais em intermitente, o apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-se por sua natureza episódica, ou seja, a pessoa nem sempre está precisando de apoio continuadamente, mas durante momentos em determinados ciclos da vida, como por exemplo, na perda do emprego ou fase aguda de uma doença. Os apoios intermitentes podem ser de alta ou de baixa intensidade. Limitado, nesse caso incluem-se deficientes que podem requerer um nível de apoio mais intensivo e limitado, como por exemplo, o treinamento do deficiente para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta. Extensivo, trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, normalmente diária em pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida familiar, social ou profissional. Nesse caso não existe uma limitação temporal para o apoio, que normalmente se dá em longo prazo. E generalizado, que é o apoio constante e intenso, necessário em diferentes áreas de atividade da vida.

A partir de uma outra classificação podemos perceber a gravidade da deficiência mental, e seu comportamento adaptativo, por exemplo, profundo, são pessoas com uma incapacidade total de autonomia. Os que têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo; severo, são pessoas que necessitam de um trabalho para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear; moderado, o máximo que podem alcançar é o ponto de assumir um nível pré-operativo. São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e, inclusive, podem realizar certas atitudes bem elaboradas. Quando adultos podem freqüentar lugares ocupacionais, mesmo que sempre estejam necessitando de supervisão; leve, são casos perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com supervisão e limítrofe, pessoas com aprendizagem lenta, emocionalmente normal.

Inúmeras causas e fatores de risco podem levar à deficiência mental, mas é muito importante ressaltar que muitas vezes não se chega a estabelecer com clareza a causa da deficiência mental. Fatores de Risco e Causas Pré-Natais, são os fatores que incidirão desde a concepção até o início do trabalho de parto, e podem ser: fatores tóxicos na mãe: alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de medicamentos, poluição ambiental, tabagismo; doenças maternas: rubéola, sífilis, caxumba e fatores genéticos e doenças infecciosas na mãe: sífilis, rubéola, toxoplasmose. Fatores de Risco e Causas Peri-Natais, são os fatores que incidirão do início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê, e podem ser: prematuridade; anóxia; parto prolongado e lesões mecânicas. Fatores de Risco e Causas Pós-Natais, aqueles que incidirão do 30º dia de vida até o final da adolescência e podem ser: desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global; infecções: meningite, sarampo; intoxicações (envenenamento): remédios, inseticidas, produtos químicos (chumbo, mercúrio); acidentes: trânsito, afogamento, asfixia, quedas, etc.

Podemos analisar também a deficiência mental a partir de características cognitivas, se a pessoa apresenta problemas de atenção e apatia para aprender; se apresenta dificuldades na linguagem e na comunicação, como por exemplo, vocabulário reduzido e dificuldades para se comunicar e dificuldades de expressar suas vontades, apresentar sugestões e fazer indagações; dificuldades de compreensão de conceitos, principalmente abstratos, como por exemplo, deficiência na aprendizagem de conceitos, no estabelecimento de relações entre fatos, eventos ou estímulos diferentes e se apresenta dificuldades de atenção seletiva. A partir das características sócio-afetivas podemos ficar atento à dependência, carência sócio-afetiva, comportamentos socialmente inadequados, como agressividade e sexualidade. E a partir das características físicas e motoras, se a pessoa apresenta atrasos no desenvolvimento motor, lentidão nos movimentos, se é de estatura um pouco mais baixa, se costumam ser mais suscetíveis a problemas físicos e doenças, se apresentam valores mais baixos de medidas de força, de resistência, de flexibilidade, agilidade, equilíbrio, velocidade de corrida e tempo de reação, se apresenta sobrepeso e obesidade, entre outros.

São mais de 80 características associada à Síndrome de Down, como a baixa estatura, boca pequena e lábios finos, cabeça pequena, cabelo esparso e fino, falta de equilíbrio, hipermobilidade articular, complicações cardíaca, hipotonia, problemas respiratórios, visão e audição limitadas, instabilidade atlanto-axial, hipercolesterolemia, obesidade, entre outros. Para que se possa trabalhar de forma tranqüila com uma pessoa com síndrome de down, é imprescindível liberação medica, são contra-indicados exercícios que causam hiperflexão e hiperextensão, trabalhar coordenação motora, monitorar atividades aeróbias, pois possuem problemas cardíacos e respiratórios. Em casos de deficientes físicos o objetivo da educação física e dos esportes adaptados é procurar compensar possíveis defasagens à estimulação psicomotora, como equilíbrio, percepção espaço-temporal e percepção cinestésica; promover a inclusão social, a partir de brincadeiras e jogos; melhorar a aptidão física, como resistência e força; promover a iniciação esportiva e capacitar a pessoa para convívio social ativo e prevenir contra distúrbios secundários, como por exemplo, os males do sedentarismo. Numa aula com deficientes físicos o professor deve manter seu auto-controle, começar com atividades que enfatizem seus potenciais, evitar apresentar muitas informações ao mesmo tempo; e trabalhar com atividades fechadas, no inicio, meio e fim.

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