sexta-feira, 26 de junho de 2009

Resumo de artigo: o ensino da educação física para deficientes visuais

MELO, J . P. . O ensino da educação física para deficientes visuais. Revista Brasileira de Ciências do Esporte

Texto: Daniela siqueira - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O artigo aborda o ensino da educação física para pessoas portadoras de deficiência visual. Foi realizado um estudo um estudo da realidade no Instituto de Educação e Reeducação de cegos (IERC) do Rio Grande do Norte, em Natal-RN.

Foi observada, uma ausência de métodos e conteúdos abordados, assim como uma justificativa objetiva sobre a real função da Educação Física dentro da Instituição.

A respeito da proposta da Instituição para a Educação Física, foi relatado por um professor que primeiro foram verificadas quais as melhores atividades a serem desenvolvidas com os alunos, e foi constatado que as mais solicitadas foram: natação, futebol e a dança, sendo esta a mais pedida. A experiência com o futebol, não obteve sucesso, pois faltou clareza ao professor ao desenvolver esse esporte, além do espaço físico inadequado para a prática do mesmo. Por esses motivos, o futebol foi substituído por outras atividades como: musculação, atividades na água, jogos recreativos e a dança mais focada para terapia ocupacional.

O professor citado busca uma direção correta para orientar sua ação pedagógica, porém na realidade da Educação Física não existe uma direção capaz de determinar de maneira precisa uma aula. No entanto, é possível definir uma filosofia e estabelecer uma caminho a ser trilhado baseado nas Diretrizes da Educação Nacional, e no respeito a realidade das escolas.

Antes de estabelecer esses caminhos pedagógicos para a Educação Física, é necessário um conhecimento sobre a deficiência, suas limitações e oportunidades na vida do portador, após essa primeira verificação definir as ações que deverão ser usadas durante a s aulas. É importante saber se o aluno é um deficiente visual completo ou se ainda possui algum resíduo da visão, se a deficiência é congênita ou adquirida.

Deve-se lembrar que o deficiente visual necessita de práticas educacionais mais próximas de sua realidade, assim como qualquer considerada “normal”. As atividades realizadas devem desenvolver as questões motoras, cognitiva, afetivas e sociais do aluno sem destacar suas limitações e favorecendo suas reais possibilidades de prática.

Antes de planejar uma aula para deficientes visuais é necessário conhecer as possibilidades de trabalho da Instituição onde serão ministradas as aulas. É importante discutir com a equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, entre outros), a melhor maneira de trabalho, assim como se faz necessário o conhecimento da realidade da clientela.

O deficiente visual apresenta dificuldades para aprender movimentos, fato este que está ligado á má adaptação sensorio-motora, a insegurança e a ansiedade. Porém, é de suma importância que o essas pessoas saibam se locomover, orientar-se e conhecer seu próprio corpo. Essas práticas podem ser trabalhadas durante as aulas de Educação Física para ajudar na autonomia e auto-estima do portador de deficiência.

Outro fator importante a ser trabalhado é o controle tônico, que pode ser feito através de atividades que estimulem o equilíbrio dinâmico e estático. Essas atividades devem ser dividas por grau de complexidade, e de acordo com idade do aluno, deve-se também fazer sessões de alongamentos com a finalidade de diminuir a rigidez muscular.

A função da Educação Física na Instituição deve ser apresentada de maneira clara ao aluno, a família e a própria instituição.

A Educação Física favorece a aprendizagem da caminhada pelo deficiente físico, sem que seja necessário auxílio de outras pessoas, bem como uma maior mobilidade e orientação espacial. Isto se torna possível, após a estimulação de sentidos remanescentes e do desenvolvimento de ações que contribuam para essa orientação e mobilidade.

Quanto ao método de ensino a ser usado, cabe ao professor decidir num modelo diretivo (centrado no professor), ou em métodos que possibilitem maior participação dos alunos ( com perguntas, apresentação de problemas, sugestões, etc.), no entanto todos os métodos devem priorizar a segurança do aluno.Convém lembrar que alguns deficientes visuais exigem atendimento individual.

“A educação da criança deficiente tem como meta os mesmos objetivos determinados para a criança não-deficiente. Para que isso realmente aconteça, faz-se necessária uma educação especial que ofereça oportunidade de desenvolvimento e acesso a conhecimentos sistematizados, com recursos educacionais diferentes, ou, melhor dizendo, específicos.” (Nogueira, Brancatti, 1990, p.77).

O deficiente visual deve vivenciar situações motoras que o desafiem, o estimulem a ter novas experiências, o resultado depende de experiências anteriores do aluno, se já teve ou não acesso á alguma prática motora.

O processo de avaliação deve ser feito analisando os avanços e retrocessos na aprendizagem dos alunos. Os testes devem ser escolhidos e aplicados de maneira consciente, e coerente com o que foi ministrado me sala de aula. Esses testes servem não somente como avaliação dos alunos, como também uma reavaliação do trabalho do professor, que poderá corrigir possíveis erros pedagógicos.

Por fim, é importante reconhecer que a Educação Física adaptada ao deficiente visual não é igual á Educação Física ministrada em classes com alunos ditos “normais”, por isso é necessário o desenvolvimento de atividades específicas que possam favorecer maiores melhores possibilidades para esses alunos.

CRÍTICA AO ARTIGO

Ao pensar na Educação Física para deficientes visuais pensa-se muitas vezes, em poucas propostas didáticas que possam suprir a verdadeira necessidade dessa clientela. Como foi dito no artigo é necessário reconhecer a existência de muitas limitações para essa prática quando comparada atividades para pessoas “normais”, por tanto é de fundamental importância a criação de atividades específicas para essas pessoas.

A função do professor de Educação Física é trabalhar em todas as direções, para melhorar o cotidiano dessas pessoas, seja na escola regular, em instituições especializadas.

O artigo abordou muito o bem o tema proposto, embora não tenha citado que o apoio da família é de fundamental importância para o sucesso das atividades propostas para o deficiente visual

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