Texto: Mariana Pires - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM
A atividade motora adaptada corresponde ao conjunto de atos intencionais que visam melhorar e promover a capacidade para o movimento considerando-se as diferenças individuais e as “discapacidades” em contextos inclusivos ou não.
O objetivo das atividades adaptadas é fazer com que os portadores de necessidades especiais se sintam capazes de realizar as atividades apropriadas, explorando o ambiente da melhor forma possível, sem que eles saibam disso.
As atividades podem ser:
Ritmo e dança: onde se podem trabalhar ao mesmo tempo os PNEs e as pessoas ditas “normais”. Deve ser estimulada a consciência rítmica, a integração dos elementos rítmicos, passos simples de dança e elementos coreográficos.
Atividades aquáticas: onde o principal objetivo é o processo de estimulação aquática. Primeiramente deve ser feita uma anamnese do aluno para saber qual a sua deficiência, se há outro problema, se houve uma indicação médica. Depois deve ser levada em consideração a equipe que ajudará o professor nas aulas, e as instalações da academia ou clube como, a profundidade da piscina e se há condições de ser realizado um possível atendimento de urgência.
Esportes de aventura: como por exemplo, a escala, onde a principal idéia é a de superação por parte do PNEs.
Atletismo: onde as principais adaptações são feitas para os deficientes físicos e visuais. Neste esporte, os atletas são classificados nas categorias de acordo com as suas deficiências:
Provas de campo:
• F11 a F13 – deficientes visuais
• F20 – deficientes mentais
• F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 ‐ cadeirantes e 35 a 38 ‐ ambulantes)
• F40 ‐ anões
• F41 a F46 – amputados
• F51 a F58 – Competem em cadeiras (seqüelas de Poliomielite, lesões medulares e amputações)
Provas de Pista
• T11 a T13 – deficientes visuais
• T20 – deficientes mentais
• T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34 ‐ cadeirantes e 35 a 38 ‐ ambulantes)
• T41 a T46 – amputados
• T51 a T54 – Competem em cadeiras (seqüelas de Poliomielite, lesões medulares e amputações)
Para as corridas, os atletas com deficiências visuais podem ter acompanhamento de um guia para ajudá-lo no percurso, mas sem puxá-lo.
Basquete em cadeira de rodas: é praticada essencialmente por atletas com deficiência físico-motora e todas as cadeiras são adaptadas e padronizadas. Cada atleta recebe uma pontuação de 1 a 5 de acordo com a sua deficiência e, dentro de quadra a pontuação máxima não pode ultrapassar 14. Quanto maior for a deficiência, menor será o número de classificação.
Halterofilismo: onde os atletas são classificados por peso, e permanece deitado em um banco para realizar o movimento de supino. O atleta deve flexionar o braço descendo a barra até a altura do peito e em seguida, elevá-lo até a posição inicial, finalizando o movimento. O maior resultado após 3 tentativas é validado. Os árbitros devem ficar atentos a execução contínua do movimento e a parada nítida da barra no peito.
Tiro com arco: com a tecnologia, hoje todos os aparelhos são adaptados facilitando assim a inclusão de todos os PNEs. Algumas adaptações permitem que o atleta atire a flecha com a boca.
Remo: é dividido em categorias de competição:
- Single Skiff Masculino,
- Single Skiff Feminino,
- Duplo Skiff Misto
- Quatro Com Misto.
E de acordo com a capacidade funcional empregada:
- A – Grupamento funcional utilizado: braço.
- TA – Grupamento funcional utilizado: tronco e braço.
- LTA ‐ Grupamento funcional utilizado: perna, tronco e braço.
Futebol de cinco: é um esporte exclusivo para deficientes visuais e, normalmente em uma quadra adaptada. A bola possui guizos para que seja identificada pelos participantes e não possui lateral na quadra. Somente o goleiro possui visão total, e a torcida deve permanecer calada durante todo o jogo, exceto no momento do gol.
Hipismo: é praticado por atletas com vários tipos de deficiência e suas competições são mistas, ou seja, cavaleiros e amazonas competem juntos nas mesmas provas.
Ciclismo: é praticado por paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes), de ambos os sexos, e pode ser praticado individual, ou em equipe. As bicicletas podem ter modelos convencionais ou adaptadas, podendo ser pedaladas com as mãos ou sendo duplas, tendo um guia vidente à frente. Neste esporte há também divisões por categorias:
• LC ‐ dificuldade de locomoção
• LC1‐ pequeno prejuízo em função da deficiência, normalmente nos membros superiores.
• LC2 ‐ prejuízo físico em uma das pernas, permitindo o uso de prótese para competição.
• LC3 ‐ que pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar próteses.
• LC4 ‐ Atletas com maior grau de deficiência, normalmente amputação em um membro superior e um inferior.
• Tandem ‐ Para ciclistas com deficiência visual
• Handbike ‐ Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsionada com as mãos.
As provas podem ser no velódromo, estrada ou contra-relógio.
Futebol de sete: é praticado por atletas do sexo masculino, com paralisia cerebral, decorrente de seqüelas de traumatismo crânio‐encefálico ou acidentes vasculares cerebrais e que não utilizam cadeira de rodas. Os jogadores são classificas em pontos de acordo com o grau de deficiência entre 5 e 8, sendo quanto menor a pontuação maior a deficiência. Durante o jogo deve permanecer no Maximo dois jogadores da classe 8 e no mínimo um da classe 5 ou 6.
Judô: é praticado juntamente por deficientes visuais de todas as classes, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Essas classes são:
• B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
• B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.
• B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.
Tênis de campo: é praticado por atletas com deficiência relacionada à locomoção: total ou substancial, perda funcional de uma ou mais partes externas do corpo. Para isso deve ser feito um diagnóstico médico antes da prática.
Voleibol sentado: pode ser praticado por amputados, paralisados cerebrais, lesionados na coluna vertebral e outra deficiência locomotora. Neste esporte, o tamanho da quadra e da rede são menores que uma quadra oficial. Os jogadores dever permanecer sentados, e é permitido o contado das pernas de um jogador com o adversário sem que isso atrapalhe o jogo.
Esgrima: é praticado somente por pessoas com deficiência locomotora e as cadeiras são fixadas no solo. Nas disputas de espada, uma cobertura metálica é utilizada para proteger as pernas e as rodas da cadeira.
Natação: pode ser praticado por atletas com qualquer tipo de deficiência e, de acordo com esta, são feitas adaptações na largada, virada e chegada. Os deficientes visuais recebem um aviso “tapper” por meio de um bastão com uma ponta de espuma ao aproximar das bordas.
Tênis de mesa: é praticado por paralisados cerebrais, amputados e cadeirantes, e as disputas são divididas entre andantes e cadeirantes, individuais, duplas ou grupos. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facilitar o jogo. Os atletas são divididos em onze classes distintas:
– TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes;
– TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes;
– TT11 ‐ atletas andantes com deficiência mental.
Esta classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete.
Tiro: é praticado por pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas ou outras deficiências locomotoras. É dividido em 3 categorias de acordo com a deficiência:
• SH1: Atiradores de Pistola e Rifle que não requerem suporte para a arma.
• SH2: Atiradores de Rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma.
• SH3: Atiradores de Rifle com deficiência visual.
Goalball: é exclusivo para atletas com deficiência visual. É praticado sentado, em uma quadra com as mesmas dimensões de uma quadra de voleibol, dividido em duas equipes com três jogados cada. O objetivo é tentar fazer o gol com um arremesso rasteiro, para isso, a bola possui um guizo para que os jogadores saibam da sua localização. Assim como no futebol de cinco, a torcida deve permanecer um silencio, exceto nos momentos de gol.
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