domingo, 12 de abril de 2009

Atividade Motora Adaptada

Texto: Mariana Pires - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

A atividade motora adaptada corresponde ao conjunto de atos intencionais que visam melhorar e promover a capacidade para o movimento considerando-se as diferenças individuais e as “discapacidades” em contextos inclusivos ou não.

O objetivo das atividades adaptadas é fazer com que os portadores de necessidades especiais se sintam capazes de realizar as atividades apropriadas, explorando o ambiente da melhor forma possível, sem que eles saibam disso.

      As atividades podem ser: 

      Ritmo e dança: onde se podem trabalhar ao mesmo tempo os PNEs e as pessoas ditas “normais”. Deve ser estimulada a consciência rítmica, a integração dos elementos rítmicos, passos simples de dança e elementos coreográficos. 

      Atividades aquáticas: onde o principal objetivo é o processo de estimulação aquática. Primeiramente deve ser feita uma anamnese do aluno para saber qual a sua deficiência, se há outro problema, se houve uma indicação médica. Depois deve ser levada em consideração a equipe que ajudará o professor nas aulas, e as instalações da academia ou clube como, a profundidade da piscina e se há condições de ser realizado um possível atendimento de urgência. 

      Esportes de aventura: como por exemplo, a escala, onde a principal idéia é a de superação por parte do PNEs. 

      Atletismo: onde as principais adaptações são feitas para os deficientes físicos e visuais. Neste esporte, os atletas são classificados nas categorias de acordo com as suas deficiências:

Provas de campo:

• F11 a F13 – deficientes visuais

• F20 – deficientes mentais

• F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 ‐ cadeirantes e 35 a 38  ambulantes)

• F40  anões

• F41 a F46 – amputados

• F51 a F58 – Competem em cadeiras (seqüelas de Poliomielite, lesões medulares e amputações)

Provas de Pista

• T11 a T13 – deficientes visuais

• T20 – deficientes mentais

• T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34 ‐ cadeirantes e 35 a 38  ambulantes)

• T41 a T46 – amputados

• T51 a T54 – Competem em cadeiras (seqüelas de Poliomielite, lesões medulares e amputações)

      Para as corridas, os atletas com deficiências visuais podem ter acompanhamento de um guia para ajudá-lo no percurso, mas sem puxá-lo. 

      Basquete em cadeira de rodas: é praticada essencialmente por atletas com deficiência físico-motora e todas as cadeiras são adaptadas e padronizadas. Cada atleta recebe uma pontuação de 1 a 5 de acordo com a sua deficiência e, dentro de quadra a pontuação máxima não pode ultrapassar 14. Quanto maior for a deficiência, menor será o número de classificação. 

      Halterofilismo: onde os atletas são classificados por peso, e permanece deitado em um banco para realizar o movimento de supino. O atleta deve flexionar o braço descendo a barra até a altura do peito e em seguida, elevá-lo até a posição inicial, finalizando o movimento. O maior resultado após 3 tentativas é validado. Os árbitros devem ficar atentos a execução contínua do movimento e a parada nítida da barra no peito. 

      Tiro com arco: com a tecnologia, hoje todos os aparelhos são adaptados facilitando assim a inclusão de todos os PNEs. Algumas adaptações permitem que o atleta atire a flecha com a boca. 

      Remo: é dividido em categorias de competição:

  • Single Skiff Masculino,
  • Single Skiff Feminino,
  • Duplo Skiff Misto
  • Quatro Com Misto.

   E de acordo com a capacidade funcional empregada:

  • A – Grupamento funcional utilizado: braço.
  • TA – Grupamento funcional utilizado: tronco e braço.
  • LTA  Grupamento funcional utilizado: perna, tronco e braço.
    Bocha: é destinado a paralisados cerebrais severos que utilizam cadeira de rodas. Para atletas com comprometimento nos membros superiores e inferiores é permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio. Pode ser praticado: individualmente, em duplas ou em equipes. 

   Futebol de cinco: é um esporte exclusivo para deficientes visuais e, normalmente em uma quadra adaptada. A bola possui guizos para que seja identificada pelos participantes e não possui lateral na quadra. Somente o goleiro possui visão total, e a torcida deve permanecer calada durante todo o jogo, exceto no momento do gol. 

   Hipismo: é praticado por atletas com vários tipos de deficiência e suas competições são mistas, ou seja, cavaleiros e amazonas competem juntos nas mesmas provas. 

   Ciclismo: é praticado por paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes), de ambos os sexos, e pode ser praticado individual, ou em equipe. As bicicletas podem ter modelos convencionais ou adaptadas, podendo ser pedaladas com as mãos ou sendo duplas, tendo um guia vidente à frente. Neste esporte há também divisões por categorias:

• LC  dificuldade de locomoção

• LC1‐ pequeno prejuízo em função da deficiência, normalmente nos membros superiores.

• LC2  prejuízo físico em uma das pernas, permitindo o uso de prótese para competição.

• LC3  que pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar próteses.

• LC4  Atletas com maior grau de deficiência, normalmente amputação em um membro superior e um inferior.

• Tandem  Para ciclistas com deficiência visual

• Handbike  Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsionada com as mãos.

   As provas podem ser no velódromo, estrada ou contra-relógio. 

   Futebol de sete: é praticado por atletas do sexo masculino, com paralisia cerebral, decorrente de seqüelas de traumatismo crânioencefálico ou acidentes vasculares cerebrais e que não utilizam cadeira de rodas. Os jogadores são classificas em pontos de acordo com o grau de deficiência entre 5 e 8, sendo quanto menor a pontuação maior a deficiência. Durante o jogo deve permanecer no Maximo dois jogadores da classe 8 e no mínimo um da classe 5 ou 6. 

   Judô: é praticado juntamente por deficientes visuais de todas as classes, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Essas classes são:

   • B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.

   • B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.

   • B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus. 

   Tênis de campo: é praticado por atletas com deficiência relacionada à locomoção: total ou substancial, perda funcional de uma ou mais partes externas do corpo. Para isso deve ser feito um diagnóstico médico antes da prática. 

   Voleibol sentado: pode ser praticado por amputados, paralisados cerebrais, lesionados na coluna vertebral e outra deficiência locomotora. Neste esporte, o tamanho da quadra e da rede são menores que uma quadra oficial. Os jogadores dever permanecer sentados, e é permitido o contado das pernas de um jogador com o adversário sem que isso atrapalhe o jogo. 

   Esgrima: é praticado somente por pessoas com deficiência locomotora e as cadeiras são fixadas no solo. Nas disputas de espada, uma cobertura metálica é utilizada para proteger as pernas e as rodas da cadeira. 

   Natação: pode ser praticado por atletas com qualquer tipo de deficiência e, de acordo com esta, são feitas adaptações na largada, virada e chegada. Os deficientes visuais recebem um aviso “tapper” por meio de um bastão com uma ponta de espuma ao aproximar das bordas.  

   Tênis de mesa: é praticado por paralisados cerebrais, amputados e cadeirantes, e as disputas são divididas entre andantes e cadeirantes, individuais, duplas ou grupos. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facilitar o jogo. Os atletas são divididos em onze classes distintas:

   – TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes;

   – TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes;

   – TT11  atletas andantes com deficiência mental.

   Esta classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete. 

   Tiro: é praticado por pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas ou outras deficiências locomotoras. É dividido em 3 categorias de acordo com a deficiência:

   • SH1: Atiradores de Pistola e Rifle que não requerem suporte para a arma.

   • SH2: Atiradores de Rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma.

   • SH3: Atiradores de Rifle com deficiência visual. 

   Goalball: é exclusivo para atletas com deficiência visual. É praticado sentado, em uma quadra com as mesmas dimensões de uma quadra de voleibol, dividido em duas equipes com três jogados cada. O objetivo é tentar fazer o gol com um arremesso rasteiro, para isso, a bola possui um guizo para que os jogadores saibam da sua localização. Assim como no futebol de cinco, a torcida deve permanecer um silencio, exceto nos momentos de gol.

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