domingo, 29 de março de 2009

Escolas adaptam aulas de educação física para alunos com deficiência


Fonte: Portal G1


Várias escolas no país estão adaptando as aulas de educação física para atender alunos com deficiências físicas. Mônica Guimarães, de 15 anos,  participa de atividades e esportes adaptados pela própria professora de educação física, Maria Conceição Moreira Lopes.

“Começamos com um trabalho para aprimorar a coordenação motora da Mônica e, em seguida, adaptei algumas regras de esportes que costumamos ensinar para os alunos. O basquete, por exemplo, passou a ser jogado com a bola de vôlei. Já o futsal, que ela adora e pratica com a ajuda de muletas, é jogado com uma bola de borracha, mais leve”, diz Maria Conceição.


Corpos deficientes, eficientes e diferentes: uma visão a partir da Educação Física

Texto: Daniely Godinho Miranda - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM
Resumo do artigo: 
Rechineli, Andréa; Porto, Eline Tereza Rozante; Moreira, Wagner Wey. Corpos deficientes, eficientes e diferentes: uma visão a partir da educação física. Rev. bras. educ. espec;14(2):293-310, maio-ago. 2008

Esse artigo aborda que os PD ao longo do tempo deixaram de ser tratados apenas como corpos deficientes, para serem tratados e reconhecidos como corpos deficientes- diferentes a partir do momento em que lhes foram dados oportunidades de participação na sociedade e nas aulas de Educação Física.

Apartir de 1920 em que a Educação Física se firma no ambiente escolar, ela passa por transformações em relação ao seu posicionamento e função dentro do ambiente escolar, devido a varias concepções defendidas que afirmam sua especificidade como conteúdo escolar.

A primeira concepção é a Militar e Higienista, influenciada pelo período de construção da sociedade, as aulas de Educação Física consistia na elaboração de exercícios calistênicos e exercícios de força para a seleção de corpos saudáveis, perfeitos, visando à eugenia da população brasileira. Portanto nessa concepção fica evidente a exclusão dos PD, pois eram proibidos de freqüentarem as aulas de Educação Física.

A segunda concepção é a Tecnicista influenciada pelos Métodos Desportivos Generalizados, ou seja, as aulas de Educação Física consistiam na repetição sistemática de movimentos esportivos do alto rendimento, sendo confundida com um treinamento esportivo.Nessa concepção também fica clara a exclusão dos PD, pois não possuíam capacidades físicas para realização das habilidades esportivas.

Apartir da década de 70 ocorre mudanças no quadro escolar rompendo com o paradigma de desempenho como objetivo da educação física escolar, procurando assegurar sua especificidade como conteúdo curricular.

A abordagem desenvolvimentista é baseada no processo de crescimento, desenvolvimento, aprendizagem de movimentos e a interação entre eles. As aulas de educação física passam a adequar as atividades e os exercícios de acordo com as fases de desenvolvimento humano. Proporcionando condições para que o aluno desenvolva suas capacidades e habilidades motoras de acordo com o seu nível de crescimento, desenvolvimento cognitivo, físico e afetivo-social. Nessa abordagem fica clara a preocupação de incluir os PD nas aulas de Educação Física, não podendo afirmar através de seu referencial teórico que essa abordagem foi desenvolvida para a inclusão dos PD nas aulas de Educação Física.

Em seguida a concepção construtivista defende o respeito à cultura e a individualidade do aluno, sendo necessário o estimulo a criatividade e liberdade individual. Os jogos e brincadeiras fazem parte do conteúdo de ensino e estratégia de intervenção das aulas de educação física, assegurando enquanto o aluno brinca, ele  adquire  valores e atitudes voltados ao regaste de suas experiências . Essa concepção assegura uns dos pontos defendidos no PCN, o respeito ao ser humano e o que ele traz consigo de experiência para o ambiente escolar.

A concepção de abordagem Sistêmica procura entender a Educação Física como um sistema que sofre influência e influencia o ambiente em que está inserida. Possui uma preocupação social. Essa abordagem discuti e defende pontos relativos ao PCN,direcionando  para a diversidade e inclusão.

A abordagem critico-superadora entende a Educação Física como prática pedagógica no âmbito escolar, assegurando sua especificidade; à cultura corporal de movimento variando suas praticas pedagógicas (a ginástica, a dança, os esportes, etc.).E ssa abordagem defende a Educação Física na escola do ponto de vista político, social e cultural. Através de seu posicionamento garante a participação efetiva dos PD, pois além de participarem das aulas aprendem a discutir e respeitar questões relativas à diversidade, facilitando seu processo de inclusão. 

A abordagem Saúde Renovada possui a preocupação com a saúde do aluno, procurando atender a priori os obesos, os PD, os sedentários e os com baixa aptidão física. As aulas de Educação Física devem assegurar a participação de todos os alunos contribuindo para formar uma mentalidade de adultos ativos. Essa abordagem permite aos PD a participação nas aulas de Educação Física que se preocupa com a saúde e com o desenvolvimento destes alunos.

Os PCN’S defendem o principio da inclusão, as dimensões atitudinais, conceituais, procedimentais dos conteúdos e os temas transversais.Os PCN’S consideram o aluno como um ser integral propondo pressupostos pedagógicos que trabalhem o aluno do ponto de vista psicológico, social, cognitivo, afetivo e político, contribuindo para a formação de um cidadão crítico. 

No final da década de 1980 e inicio da década de 1990, chega ao Brasil a proposta de Motricidade Humana, que tem o objeto de estudo o ser humano em movimento. A Motricidade humana vê o aluno como um corpo histórico, cultural, biológico, psicológico e espiritual. Acredita que através do movimento o aluno é capaz de superar seus limites físicos contribuindo para sua formação global. Essa abordagem permite a inclusão dos PD, pois valoriza o movimento realizado respeitando os limites físicos de cada aluno, valorizando o caráter participativo das aulas de Educação Física.

As concepções relatadas servem de orientação para o trabalho docente, servindo de base para a adequação de atividades a serem desenvolvidas nas aulas que inclua todos os alunos e possibilite a medida do possível uma troca de experiências entre eles. 

sexta-feira, 27 de março de 2009

As características da Educação Física e a inclusão escolar

Aspectos positivos

Texto: Letícia Gomes e Natália Ambrósio   - Alunas do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

O educador físico atua de forma positiva dentro do ambiente escolar quando tem discernimento dos seus objetivos como profissional que convive em sua profissão com pessoas diferentes, por apresentarem expressões únicas de corpo, mente, desejos e cultura. Então partindo desse princípio de relação professor e aluno é que a Educação Física assume o papel de interferir no desenvolvimento do mesmo, desenvolver a partir do conhecimento de seu corpo de suas vontades, em suas relações com colegas e mundo ao seu redor.

È assim, que podemos entender que é de fundamental importância as possibilidades de contato de atividades variadas a serem promovidas que se formam na Educação Física e são essas características que favorecem o trabalho e a inclusão escolar da pessoa deficiente, esta que como todos os alunos apresentam- se diferentes.

A Educação Física escolar permite que o professor identifique e interprete as condições de cada aluno, é através da linguagem corporal que o professor reconhece as vivências e necessidades. A pessoa deficiente, através disso poderá interagir nas aulas de forma participativa, pois são vários os meios de trabalho possíveis a serem realizados. Com essa forma de trabalho, o professor reconhece e coloca em prática as condições de movimento levando em consideração a individualidade.

Além da proximidade, o educador físico tem como benefício em sua atuação profissional a falta de padrão para a montagem de aulas podendo aplicar durante o ano letivo o que considera funcional em suas turmas, ou seja, diante de realidades diferentes,  o professor pode acrescentar na bagagem cultural de cada aluno novos conhecimentos e maneiras de interpretá-los. Enfatizando os portadores de necessidades especiais, percebemos que o professor de educação física tem um espaço favorável a desenvolver atitudes e conceitos positivos relacionados à inclusão pela sua liberdade de tratamento e desenvolvimento da matéria lecionada.

Contudo, o educador físico permite que a pessoa deficiente execute movimentos, brincadeiras, recreações, desafios, tornando pessoas mais felizes, motivadas e satisfeitas com a atividade. A satisfação favorece o convívio escolar, as relações pessoais e é um importante passo para a inclusão. Logo, precisamos abrir caminhos para a inclusão e diversas são as características específicas da Educação Física que favorecem o bom trabalho dentro das escolas 

Aspectos negativos

Texto: Ana Flávia de O. Baracho e  Mariana Tereza P. Pires    - Alunas do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

Tema: 2. Construa um texto abordando as características específicas da Educação Física que dificultam o processo de inclusão escolar da pessoa deficiente.

Primeiramente, a inclusão foi imposta pelo governo da noite para o dia, sem haver a preocupação em capacitar os profissionais que lidariam com ela, o que faz desta, apenas a primeira barreira a ser quebrada. Se para alguns profissionais já era difícil lidar com turmas grandes, com alunos sem deficiência, mas ainda sim com muitas diferenças entre si, agora com alunos que necessitam de atenção especial, nestas mesmas turmas, tornou-se uma missão quase impossível.

 Como o fato da inclusão ainda é recente, há uma escassez de referenciais para obter informações que sejam relevantes para lidar com esses alunos, até na questão de saber identificar e caracterizar cada tipo de necessidade educacional especial de cada aluno com sua individualidade e assim conseguir desenvolver procedimentos metodológicos específicos para atender a estas necessidades. Isto cria uma outra dificuldade para o professor, que é a de conseguir conciliar as diversas necessidades dos alunos deficientes (cada um com sua deficiência e dificuldades específicas), com as dos alunos que não tem deficiência.

Outra dificuldade encontrada pelo profissional de Educação Física, é a falta de acessibilidade encontrada nos recursos e nos espaços físicos da escola. Também a não aceitação por parte dos alunos sem deficiência, dos alunos deficientes no ambiente escolar.

 Há ainda uma divergência de opiniões entre os profissionais, no que diz respeito a inclusão, tendo muitos deles, uma opinião contrária a mesma, fazendo assim com que nas escolas em que estes profissionais trabalham, haja uma defasagem na formação destes indivíduos com deficiência e uma possível exclusão dos mesmos das escolas por parte deles ou dos pais.

Mas a principal dificuldade ainda é lidar com uma Educação Física inclusiva em um país onde a cultura desportiva dominante é extremamente voltada para o alto rendimento e para as competições.

Desta forma, como seria possível adaptar todas as aulas, para que o portador de deficiência participe, sem que isso atrapalhe no aprendizado e no rendimento dos outros alunos ditos normais, e sem ter que sair totalmente da perspectiva do esporte na escola.

As concepções da Educação Física e os portadores de necessidades especiais

Concepção Higientista

Texto: Erica Carvalho Fúrfuro, Juliana Gonçalves de Araújo e Rodrigo Gonçalves Silva  - Alunos do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

O movimento surgiu no capitalismo industrial havendo grande relação de trabalhadores e industriais e como conseqüências altas explorações e graves problemas de saúde. Portando, as pessoas começaram buscar melhorias nos padrões de vida.

Este movimento ganha força no Brasil no início do século XX, influenciando na educação, no físico e no intelectual do povo deste país, tornando-se importante combater epidemias e doenças em busca da saúde da população. Assim consegue-se aliança com as forças governamentais.

A vertente do pensamento higienista era eugênica, onde contribuía no pensamento pedagógico, influenciando fortemente a construção e estruturação da educação física no Brasil. A educação física vivenciava o período de apoio dos educadores, que viam o corpo como objeto de estudo da Ciência, principalmente da ciência médica, capaz de promover a higienização necessária à formação da raça brasileira.

A Educação Física Higienista tinha como objetivo preparar corpos que pudessem atuar na defesa e desenvolvimento do país buscando corpos sadios, fortes e perfeitos, para construção de uma sociedade saudável. As mulheres deveriam ser fortes e sadias para gerar filhos.

A ginástica, o desporto e os jogos recreativos deveriam antes de qualquer coisa, disciplinar os hábitos das pessoas no sentido de levá-las a se afastarem de práticas capazes de provocar a ruína da saúde e da moral, na busca de uma sociedade livre das doenças infecciosa e dos vícios. A higienização da população era alcançada com a formação de hábitos sadios através da educação escolar e especificamente da educação higiênica.

Nas escolas as estratégias usadas eram totalmente práticas, exigindo hábitos de saúde e higiene e fortalecimento do físico. Na concepção higienista, as pessoas deficientes não podiam freqüentar as aulas de educação física, pelas suas dificuldades físicas, motoras e mentais, sendo encaixadas nos padrões de anormalidades, considerados inferiores e excluídos.

Era um período em que havia guerras, e o governo precisava de pessoas prontas para servir a pátria e as pessoas deficientes não eram aptas para participarem por não possuírem corpos saudáveis e sadios, como era exigência da época, em que selecionavam indivíduos fisicamente perfeitos. 

Concepção Militarista

Texto:  Artur Ferreira Pereira e   Carolina Morais de Araújo    - Alunos do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

A Educação Física militarista surgiu na Alemanha, tendo como um de seus fundadores Guts Muths, com o intuito de formar cidadãos nacionalistas que estivessem aptos a defender e contribuir com desenvolvimento do país. Para isso era preciso formar homens e mulheres com corpos fortes, saudáveis, resistentes e ágeis, ou seja, corpos perfeitos. Jahn reforça a idéia da ginástica militarista e cria obstáculos artificiais e aparelhos de ginástica para a realização das atividades físicas.

A. R. Accioly criou um sistema de ginástica que caracterizava a Educação Física militarista e firmava a mesma como sendo mecanicista e funcional. Esse sistema funcionava da seguinte forma: realização de exercícios livres e sem aparelhos que trabalhassem membros superiores e inferiores; exercícios de suspensão com barras, barras paralelas e cordas; exercícios de apoio como suspensões e balanceamentos; ginástica coletiva com marchas e exercícios em ordem.

 No Brasil a Educação Física teve influência militarista a partir da primeira metade do século XX com a chegada de imigrantes alemães que tinham a ginástica militarista como um hábito de vida. Apesar da grande influência do militarismo, alguns estudiosos da época não aderiram esse método nas escolas primárias brasileiras, preferindo que as mesmas adotassem o método sueco. Isso se justifica devido a preocupação com a moral e saúde física dos indivíduos, pois, o método sueco além de formar corpos fortes e saudáveis, também formava cidadãos livres de vícios.

O desenvolvimento da Educação Física inclusiva não era possível sob influência dessa abordagem, pois as pessoas com deficiência eram proibidas de freqüentar as aulas. Nessa fase, então, fica clara a exclusão das PD nas aulas de Educação Física, pois essas pessoas não se encaixavam nos padrões de homogeneidade ditados pelo sistema.

Como seria a criança nessa época? Uma criança que não brincava, que não tinha liberdade de expressar e vivenciar movimentos corporais diversificados e importantes para seu desenvolvimento psico-motor-afetivo. Uma criança que possuía sonhos e movimentos pré-determinados por um sistema que não se preocupava com o bem estar e as limitações de cada cidadão. 

“... conceituava a educação como indivisível, abraçando toda a natureza da criança e situando a ginástica como responsável pela perfeição do corpo que a poria em equilíbrio com a alma.”

(A. R Accioly) 

“Éramos cegos antes de tornarmos cegos, disse o velho com do tapa olho.” (José Saramago)

 Concepção tecnicista

Texto: Aline Rosemarq e  Amanda Antero    - Alunas do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

Compreendida entre as décadas de 50, 60,70 e inicio da década de 80, a Abordagem Tecnicista integra a concepção militarista e chega ao Brasil como um método desportivo generalizado, havendo uma valorização excessiva do desempenho. Propôs o desempenho esportivo nas escolas, com o professor atuando em uma linha totalmente centralizadora, com isso era pouco flexível, gerando assim uma retição mecânica dos movimentos esportivos, ou seja, o aluno não tinha a liberdade de criar outros movimentos ou de seguir outro padrão de treinamento. Numa lógica pautada em que: “o fim justificando os meios”, com isso o atleta era fruto do seu desempenho no treinamento.

Por ser uma abordagem posterior à 2ª Guerra Mundial, os paises queriam descobrir talentos esportivos, com a intenção de formar atletas de alto rendimento, no intuito de representar o país na Olimpíada, ressaltando que esta é a maior competição a nível mundial, podendo assim ser colocada como um termômetro de desenvolvimento da nação.

Essa abordagem é muito criticada pelo fato de não apresentar propostas inclusivas, sendo direcionada apenas a uma pequena parcela da população, no caso só as pessoas saudáveis, jovens, habilidosos, com procedimentos pedagógicos diretivos, usado com forma seletiva em busca de um modelo padrão. Essa exclusão não acontecia só com os portadores de necessidades especiais, mas também com as pessoas que não se encaixavam no padrão pré-estabelecido pela mesma.

Transcendendo essa Abordagem Tecnicista para a atualidade, gera-se um conflito muito grande, pois essas são definidas de acordo com os padrões da época em que foram criadas, levando em conta todo o contexto em que se passam, com suas peculiaridades e objetivos.

Como a Educação Física escolar não acontece fora da sociedade ela reflete os pensamentos, atitudes, enfim, ela não contrapõe a realidade, ou seja, se os portadores de necessidades especiais eram excluídos da sociedade, automaticamente a escola também teria a mesma atitude. Isso devido a sociedade e a escola não poderem contrariar as imposições da época militarista na qual se encontravam, sendo assim sociedade e escola formando o individuo.

Enfim, após as discussões feitas sobre os tipos de abordagem e a Educação Física inclusiva, constata-se que a evolução de cada abordagem é dada em detrimento as necessidades, de acordo com os novos avanços tecnológicos, cientifico e filosófico, considerando sempre a relação homem-sociedade, desta forma visa suprir as necessidades da época, tendo em vista um objetivo superador, criando-se assim vários paradigmas.  

Concepção sistêmica

Texto:  Cristiano Carvalho Sales e Poliane Teixeira Costa Oliveira  - Alunos do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

A Educação Física ao longo dos anos passou por varias mudanças em sua pratica pedagógicas que refletem a concepção e significado do corpo do ser humano na sociedade. Com o intuito de acabar com a valorização excessiva do desempenho físico na aulas de educação física, surgi na década de 70 vários movimentos, dentre eles a chamada Abordagem Sistêmica.

A Abordagem Sistêmica é um sistema aberto, que sofre influências e influencia, procurando interagir o aluno nos conteúdos oferecidos pela instituição, oportunizando a experiência da cultura de movimentos. Não visa apenas as habilidades motoras, valorizando a não exclusão e a diversidade de atividades, propondo assim, vivências nas atividades rítmicas, esportivas e de expressão.

A Abordagem Sistêmica procura ir a contra mão da especialização precoce para proporcionar uma grande vivencia corporal ao aluno, onde as atividades enfatizam as experiências de cada um, assim ajudando o aluno a compreender e melhorar o seu movimento. Através da diversidade será garantido o acesso de todos os alunos ás atividades da Educação Física, tirando assim o foco a atividades que privilegiem somente um tipo de esporte, dando oportunidade de sucesso a todos.

Essa abordagem é trabalhada a favor da inclusão, prioriza a participação de todos os alunos, respeitando estes como seres humanos, independentemente de suas limitações e diferenças.

Os portadores de necessidades especiais que por muito tempo foram excluídos das aulas de educação física por suas deficiências serem relacionadas com a incapacidade de aprendizagem e participação, hoje vem ocupando e garantindo seu espaço diante da sociedade e no âmbito escolar. Com isso, o profissional de educação física aumenta sua responsabilidade frente a seu trabalho, tendo que encontrar métodos diferenciados para trabalhar em sua aula , sem haver exclusão tanto por parte dos alunos considerados diferentes, como daqueles considerados normais. A partir desse método encontrado pelo profissional, suas aulas ficarão mais prazerosas para todos os alunos. 

 Concepção crítico-superadora

(em construção)

 

Concepção da saúde renovada

Texto:  Bruna Cristina Ferreira Pinto e Daniela Souza Siqueira   - Alunos do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

 A abordagem saúde renovada incorpora princípios enfocando aspectos sócio-culturais relacionando atividade física, aptidão física e saúde física e mental. Os autores desta abordagem entendem que as práticas de atividades físicas vivenciadas na infância e na adolescência favorecem a adoção de atitudes e hábitos voltados para um estilo de vida mais ativo fisicamente na idade adulta.

Essa abordagem procura atender a todos os alunos, respeitando as diferenças e contribuindo de maneira significativa para sedentários, obesos, os que possuem baixa aptidão física e os portadores de necessidades especiais.  

Acredita na Educação Física como meio de promoção da saúde, para um estilo de vida mais ativo e faz críticas às atividades esportivas tradicionais enquanto promotoras da saúde e do bem estar.

Propõe aos professores assumirem uma nova postura frente a metodologia das suas aulas, com atividades que proporcionam aos alunos um olhar de interesse diante da atividade física e uma possível continuidade dessas práticas corporais.

A abordagem saúde renovada possibilita na educação física inclusiva, que os alunos portadores de necessidades especiais se sintam mais integrados e participativos durante as aulas na escola e em seu convívio social, pois estas oferecem atividades focadas para um melhor desenvolvimento motor,cognitivo, psicológico e principalmente social do individuo. 

Nota-se uma grande influencia positiva da abordagem saúde renovada no cotidiano dos alunos ditos ”normais” e dos alunos portadores de necessidades especiais, como foi citada acima. Por outro lado se esses princípios não forem aplicados de forma correta e objetiva por pessoas (os professores) capacitados e interessados podem causar danos e o consequente afastamento das atividades físicas por esses praticantes.

A idéia de inclusão nas escolas é ainda muito recente, sendo que muitos professores não tiveram a oportunidade de terem esse tipo de experiência durante sua graduação, e diante desta situação não estão preparados e/ou  dispostos a renovarem seus conhecimentos o que dificulta o progresso da inclusão escolar. È importante lembrar que esse processo de inclusão deve ser vivenciado tanto na escola como fora dela, pelos professores,alunos,colegas e a família.

A abordagem saúde renovada pode auxiliar nesse processo de inclusão possibilitando ao portador de necessidades especiais uma maior confiança, vivência corporal, conhecimentos sobre o seu corpo e como utilizá-lo em prol do seu bem estar.

A concepção dos parâmetros curriculares nacionais

Texto:  Daniely Godinho Miranda  e Rubiana Dângela Silveira    - Alunas do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

Os PCNs foram criados com a finalidade de fornecer subsídios e possibilidades para a atuação da prática docente, ou seja, proporcionando uma reflexão a partir do próprio trabalho pedagógico.

A Educação Física como conteúdo curricular tem como objetivo assegurar suas especificidade, utilizando como suporte os princípios dos PCNs, para garantir uma Educação Física acessível a todos.

O princípio da inclusão abordada no PCN propõe uma Educação Física, onde não haja discriminação entre os alunos aptos e inaptos, exigindo uma participação efetiva do professor no sentido de apoiar, estimular, incentivar, valorizar e promover o acolhimento do aluno.

O professor deve usar práticas pedagógicas variadas a fim de promover uma participação efetiva dos alunos, independente da diversidade social, cultural e física, valorizando a execução das atividades, o relacionamento entre os alunos, solidariedade, a cooperação, respeito, igualdade.

A Educação Física tem a especificidade, no contexto escolar, a cultura corporal de movimento, utilizando as diversas práticas corporais para resgatar dos alunos experiências motoras vivenciadas possibilitando uma interação entre elas.

Tendo como base as diversas manifestações da cultura corporal de movimento e as dimensões (atitudinais, conceituais e procedimentais), abordadas pelo PCN permite o desenvolvimento de práticas pedagógicas de forma ampla e eficaz, pois permite o entendimento do aluno, no sentido do que fazer, como fazer e por que fazer, abrindo espaço para o desenvolvimento de novas propostas a partir dos conteúdos abordados.

Utilizando a modalidade esportiva de Basquetebol para exemplificar essas dimensões em uma aula de Educação Física Escolar:

No primeiro momento da aula será abordado o histórico do basquetebol e suas principais características e regras.

No segundo momento da aula, haveria uma aula prática em que os alunos vivenciassem os principais movimentos e habilidades que caracteriza a modalidade adaptando as regras de acordo coma realidade dos alunos.

No terceiro momento seria proposto aos alunos relacionar o Basquetebol abordado na aula, o Basquetebol de rua e o Basquetebol de alto rendimento, caracterizando semelhanças e diferenças de práticas entre eles.

Na tentativa de abordar o Baquetebol em uma aula de Educação Física inclusiva, o que diferenciaria a prática da aula anterior, seria proporcionar experiências corporais durante a execução das habilidades.Por exemplo: dois dos alunos de cada time estarão com os olhos vendados.A intenção da atividade seria incentivar o respeito, a cooperação e a solidariedade com o colega portador de deficiência visual.Possibilitando o aluno portador da deficiência o incentivo à superação de suas próprias limitações. 

Concepção desenvolvimentista

Texto:  Cássio Felipe Nascimento de Jesus Fernandes e William Campos Machado   - Alunos do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

Contrariando a um cenário altamente tecnicista do final de década de 70 surgem concepções a fim de se oporem a essa visão que valoriza a perfeição técnica. Uma dessas concepções é a concepção desenvolvimentista.

Pautada na idéia de que o processo educacional deve levar em conta a especificidade humana de modo que esta se desenvolva em seu âmbito físico, cognitivo e afetivo-social, a concepção desenvolvimentista enfoca o movimento como centro da aprendizagem embora não interfira na aprendizagem de outras habilidades motoras.

A Educação Física tem como um dos principais objetivos fazer com que através das atividades corporais os alunos conheçam a si próprios e aos outros conhecendo e respeitando as individualidades e limites de cada um, sendo assim o profissional de Educação Física deve oferecer diferentes possibilidades de movimentos, adequando-os ao grupo trabalhado.

A inclusão escolar pode ser definida como sendo um processo onde os portadores de necessidades especiais possam ser incluídos no ensino regular, onde eles aprenderiam juntamente com os alunos ditos normais.

Para que aconteça uma educação inclusiva é necessário que haja uma escola de qualidade e com professores qualificados, que tenham condições de diagnosticar de forma precoce qualquer eventual alteração em seus alunos. Mas pensando em todo um contexto histórico-social de exclusão dos alunos com necessidades especiais, pode se dizer que ainda é utópico pensar nessa realidade.

Considerando a concepção desenvolvimentista é possível se pensar em uma educação inclusiva, já que esta oferece um leque de possibilidades para que os portadores de necessidades especiais possam se desenvolver nos âmbitos motores, cognitivos e afetivo-sociais, embora essa concepção não faça uma clara alusão aos portadores de necessidades especiais.      
 

Concepção construtivista/interacionaista

Texto:  Alexandre Souza  e Thyago  - Alunos do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

De acordo com a abordagem construtivista que tem como princípio se opor a métodos seletivos e excludentes da educação física da escola tradicional, que usa princípios tecnicistas onde os alunos que têm uma melhor habilidade são mais privilegiados do que os demais, ou seja, dá-se preferência à capacidade do aluno em solucionar problemas utilizando seu conhecimentos e sua cultura. Podemos citar Piaget quando ele diz que: “No construtivismo, a intenção é construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo, numa relação que extrapola o simples exercício de ensinar e aprender...” (CENP; 1990, p. 9)

Uma das possibilidades de se desenvolver uma educação física inclusiva nessa abordagem é considerar o conhecimento que o aluno já possui, desconsiderando as formas de ensino tidas como padrão, e assim deste modo, resgatar a cultura de jogos e brincadeiras dos alunos participantes das atividades no qual podemos incluir as brincadeiras de rua, os jogos com regras, as rodas cantadas, construção de brinquedos e outras atividades que compõem o universo cultural dos alunos. Jogos em que se predomina o pensamento estratégico devem ser vistos como uma possibilidade de ser trabalhada, já que esse tipo de atividade não exclui grande parte dos portadores de necessidades especiais, principalmente os cadeirantes e deficientes visuais e auditivos que compõe uma ala de deficientes muito numerosas em toda a nossa sociedade. Já os deficientes mentais, teoricamente prejudicados nessa situação proposta, poderiam se encaixar nesse mesmo tipo de jogos estratégicos sendo por exemplo os executores das ações, levando em consideração o  nível de deficiência de cada um.

Na proposta construtivista o jogo deverá ser entendido como um meio estratégico de educação física inclusiva e por isso deve-se privilegiá-la e  deve ser considerada a principal forma de ensinar, pois, é um instrumento de grande valor pedagógico, e que enquanto joga ou brinca os alunos aprendem formas de conviverem em sociedade, onde cada um é um ser único. Sendo que este aprender deve ocorrer num ambiente prazeroso e lúdico para o aluno, sendo ele tido como normal ou portador de necessidades especiais.

Concepção da motricidade humana

Texto: Tainára Cassimiro Vigato e Vanessa Mara Moreira    - Alunas do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM 

O  fim do século XX e início do século XXI são marcados pela preocupação com os corpos deficientes por parte da sociedade em geral, ou seja, pela ciência, pela cultura e história. Pode-se dizer que a área educacional é uma das mais envolvidas nesse processo, elegendo as diferenças como um dos pontos principais para reflexões, debates e transformações. Mudar a concepção desses corpos é a marca desse período histórico, que é onde surge a proposta da Motricidade Humana.

 De acordo com Sérgio (1994) a motricidade humana pressupõe um “(...) um paradigma emergente, anti-dualista e holístico, expresso na passagem do físico motor, em que educação física é a pré-ciência da ciência da motricidade humana ou como ramo pedagógico desta ciência”.

Ela se utiliza diferentes áreas, como biologia, antropologia, sociologia e filosofia, de maneira abrangente e ampla e, o corpo nessa proposta é entendido como construção social, cultural e política que se inter-relaciona consigo, com o outro e com o mundo.

Tem como temática principal respeitar o ser humano total em sua complexidade possuindo propostas inclusivas e a finalidade de perceber, conhecer e viver o corpo integralmente considerando o contexto do mundo – vida. Ela procura desvendar as intencionalidades desse ser humano que se movimenta na direção de sua auto-superação.

 Os corpos deficientes na escola estão vivendo uma modificação rigorosa quanto ao seu imaginário social, e isso desencadeia uma identificação da sociedade com o tema em questão; visualizando nessa perspectiva o movimento social da inclusão.

 Dentro da ótica educacional também temos o papel importante da escola que como um dos principais espaços inclusivos necessita de mais reflexões não somente quanto às suas dimensões físicas, adequações técnicas e de engenharia, mas, sobretudo, nas suas dimensões atitudinais e suas competências humanas.

Refletir sobre a inclusão e assumir a necessidade de criar espaços educacionais abertos a todos os alunos e valorizar o convívio entre os corpos diferentes; é acreditar no aprendizado não só de conteúdos, mas de valores.

É fundamental agir no sentido de inserir as pessoas com necessidades especiais de modo que assumam papéis, que participem juntamente com os outros em todos os momentos vividos no ambiente escolar, e não apenas na estrutura física dos ambientes educativos.

A prática da inclusão muitas vezes deixa de acontecer pelo fato de que os profissionais da educação se sentem atados aos modelos tradicionais de intervenção.

A prática da Motricidade Humana na escola trará benefícios não somente aos corpos deficientes como também em toda sociedade, pois conviver com as diferenças nos ensina a aceitar os outros como eles são e não como a sociedade os enxerga.

A possibilidade dos movimentos de corpos diferentes nas aulas de Educação Física, segundo Gaio (2005, p.173) é assumir“radicalmente o mistério guardado dentro de cada corpo, enquanto ser capaz de aprender e de ensinar: mistério este constantemente renovado conforme forem renovados os desafios que os educadores consigam lançar sobre esses corpos”. 

quinta-feira, 26 de março de 2009

Limites e perspectivas do processo de inclusão escolar dos portadores de necessidades especiais

Texto: Carolina Morais  - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

A inclusão é um processo pelo qual a sociedade se adapta para permitir a participação das pessoas em todos os setores, inclusive daquelas portadoras de necessidades especiais (PNEs), e estas, por sua vez, se preparam para assumir seus papeis na sociedade.” Uma reflexão passível de ser feita sobre tal assunto é a inclusão teórica e a inclusão real. O que lemos nas leis e o que os estudiosos defendem e abordam em seus livros nem sempre ou quase nunca é o que podemos observar na vida dos PNEs.

Tudo começa na família. A aceitação, o empenho e o carinho são essenciais para a vida social dos PNEs. O apoio e compreensão da mãe são cruciais para o desenvolvimento da criança deficiente visual, por exemplo. Esta mãe utiliza estratégias para facilitar o relacionamento com seu filho e, com isso ela verbaliza muito e sempre mantêm um diálogo o qual irá contribuir para o bem estar da criança e o relacionamento mãe-filho.

A escola quase sempre é o primeiro contato que o PNE tem com a vida fora da família.

Várias pesquisas e comprovações mostram que é possível melhorar o rendimento dos PNEs nas escolas. O trabalho com a imaginação em deficientes visuais é bastante amplo e positivo. O “faz de conta” é uma atividade muito interessante, pois, ao contar uma história o deficiente tem o contato com os objetos presentes no conto. A criança, então, pode assimilar a audição ao tato e, com isso, despertar a imaginação e contribuir para um melhor desempenho em todas as atividades realizadas na escola. As crianças com Síndrome de Down são melhor aceitas pelos colegas quando participam das atividades da classe e têm um rendimento satisfatório. Então se pode dizer que a escola contribui de maneira significativa na vida social do Down, pois ao ser participativo ele consegue criar amizades. Em uma sala de aula a presença de um intérprete faz com que o deficiente auditivo seja incluso na escola, porém, para os demais alunos isso é uma inclusão superficial. A justificativa para tal opinião é devido ao fato de o surdo só manter contato com o intérprete e poucas vezes com os colegas .Em escolas que atendem os PNEs além do despreparo da escola de forma geral, o que inclui a falta de adaptação nos currículos, existe ainda a resistência de professores em aceitar esses alunos. A maioria dos professores têm o mesmo discurso relacionado à educação inclusiva, e dizem faltar conhecimento, preparo e apoio da família para contribuir com aceitação e desenvolvimento dos PNEs. É preciso ocorrer uma preparação pedagógica dos professores dos cursos de licenciatura para que a inclusão seja menos problemática e prejudique menos os alunos portadores de necessidades especiais. Muitos pais e professores não acreditam que seus filhos e alunos possam estudar em escolas ditas “normais” devido às dificuldades que sempre irão encontrar. Apesar de muitos professores mostrem interesse em ter um suporte para aderir esta inclusão, outros mesmo depois de receber alunos especiais em suas salas defendem a idéia de que tal feito não é possível. 

Os PNEs passam por experiências negativas durante as etapas de escolarização e profissionalização. Deficientes auditivos que já estão ingressados na Universidade, apesar de enfrentarem dificuldades, têm apoio familiar e alcançam com maior facilidade o sucesso em suas atividades. Analisando os estudantes do Ensino Médio se pode destacar que muitos encontram dificuldades para ingressar na Universidade por questões financeiras e por medo de não conseguirem concluir o curso. A situação se agrava quando se observa outras escolaridades e os alunos dizem não querer tentar vestibular por falta de apoio dos professores e mais uma vez pela questão financeira. Será que esse medo é em vão ou as instituições realmente não estão preparadas para receber esses alunos? Em escolas especiais, as crianças PNEs recebem um cuidado também especial e com isso os professores desenvolvem estratégias para o melhor desenvolvimento da criança, respeitando e superando seus limites. Por exemplo, trabalhar imaginação e brincadeiras com crianças que possuem déficit mental é muito produtivo, porém, se pode perceber que tais crianças têm baixa disposição quando são estimuladas a realizar brincadeiras coletivas. 

Outra questão a se pensar: você é a favor da inclusão ou da integração? É preciso pensar no melhor para o ensino–aprendizagem. E o que dizer das empresas e suas contratações? As empresas não cumprem a lei de cotas para PNEs e os funcionários que são contratados ocupam cargos de baixa qualificação profissional. Porém, as empresas colocam uma questão bastante polêmica para justificar tal fato. Elas enfatizam que as instituições criticam o processo de contratação de PNEs pelas empresas, mas poucas oferecem escolarização para seus alunos ou capacitação profissional inferior e diferente daquela exigida pelo mercado de trabalho. Pode-se perceber que são dois setores que estão em confronto no que diz respeito à inclusão dos PNEs na sociedade. A admissão de funcionários PNEs na maioria das empresas ocorre devido ao fato de existir uma lei que oferece aos mesmos esse direito. O que ocorre, então, é a admissão dos PNEs para ocuparem cargos que exigem menor grau de qualificação. A sexualidade também é uma questão importante para ser abordada entre os PNEs. Os portadores da Síndrome de Down, por exemplo, dizem que os relacionamentos amorosos entre os mesmos são normais e que eles têm consciência dos cuidados que precisam ter. Deficientes auditivos encontram na mídia a principal via transmissora de informações sobre sexualidade, por isso é aconselhável que os mesmos tenham uma orientação sexual acompanhada. A realização de palestras e reuniões abordando temas diversos a respeito de sexo e sexualidade são importantes para um melhor entendimento de jovens com tal deficiência.

“Desde a mais tenra idade, o individuo, no seu impulso de SER, luta pela liberdade no seio da comunidade, da escola, da universidade e da sociedade em que vive. Ele faz valer a sua presença e demonstra resistência quando é privado de realizar o que mais gosta de fazer, que é “simplesmente” brincar.” Essa citação pode ser o começo de uma reflexão

segunda-feira, 23 de março de 2009

Aspectos legais do portador de necessidades especiais

Texto: Vanessa Mara Moreira - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Histórico PNE no Brasil: segunda metade do século XX    

  • Luta pelos direitos da sociedade civil;
  • Período de contestação e reorganização em busca da democracia;
  • Pressão do movimento mundial:

                  - Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

                  - Ano Internacional da Pessoa Deficiente (1981)

                  - Declaração de Salamanca (1994) 

Criação de Órgãos específicos 

    - CENESP – Centro Nacional de Educação Especial, 1973.

    - SESP – Secretaria de Educação Especial. 1986.

    - CORDE – Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 1987; 

Crimes contra a pessoa com deficiência  

Lei Federal 7.853/89 - Constitui crime punível com reclusão de 1 a 4 anos e multa:

    • Recusar, suspender, cancelar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino;
    • Impedir o acesso a qualquer cargo público;
    • Negar trabalho ou emprego
    • Recusar, retardar ou dificultar a internação.
 omo agir contra tais crimes
  • Representação em:
    • Delegacia de polícia
    • Ministério Público Federal
    • Ministério Público Estadual
    • Comissão de Direitos Humanos da OAB.

Direito à acessibilidade 

Acessibilidade é a condição para utilização com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência. 

No dia-dia começamos a observar que a nossa cidade não é acessível a um portador de deficiência, as ruas são de grande dificuldade de locomoção, e os transportes não estão preparados para os portadores.

A nossa Universidade também apresenta essa dificuldade no acesso para os portadores, principalmente transporte. É polêmico, mas é uma coisa que tem que mudar aos poucos. Um curso que é aprovado pelo MEC tem que ter o mínimo de acessibilidade para o portador de deficiência, para que possa aos poucos atingir o necessário. 

Algumas leis e decretos em relação à acessibilidade: 

Constituição Federal de 1988 

Lei 9.610/98 - Editoras que permitem a impressão em Braille e o material transcrito direcionado a deficientes visuais sem ônus. 

Lei 10.226/00 - O deficiente pode votar, em toda eleição tem que ter uma zona específica para seu voto. 

Decreto 5.296/04 - Acesso à internet para os portadores de deficiência visual  

Lei Federal 11.126/05 - Utilização do cão-guia  

Lei Municipal 8.653/03- Vagas de estacionamento para veículos conduzindo deficientes ;  5 a 10 % das vagas. 

Lei Federal 10.098/00 - Acessibilidade do portador de deficiência física a cinemas, museus, estádios entre outros ambientes públicos; reserva de 2% de vagas pra pessoas de cadeira de rodas. 

Lei Federal 10.048/00 - Atendimento preferencial. 

Lei Federal 7.853/89 - Direito à saúde. 

    . Informação do medico sobre sua deficiência e conseqüências

    .Planejamento familiar

    .Cuidados que devem ter consigo. 

Lei Federal 7.853/89 - Atendimento domiciliar. Se o município não tem  essa estrutura encaminha o portador para o lugar mais próximo. 

Decreto Federal 3.298/99 - Atendimento pedagógico ao portador de deficiência internado em instituição hospitalar 

Lei Federal 9.656/98 - Plano de saúde 

Tem normas que podem ser seguidas, basta o governo fiscalizar para que sejam atingidas e realizadas. 

Concursos públicos 

Concursos públicos federais

 Reserva de até 20% das vagas  

Concursos públicos estaduais

Em Minas Gerais, pela Constituição Estadual e a Lei Estadual 11.867/95, tal percentual é de 10%.  

Cotas de vagas em empresas privadas 

O percentual a ser aplicado é sempre proporcional ao número total de empregados das empresas.

O que está acontecendo é que têm muitas vagas, e empresas não encontram pessoas para preenchê-las. 
 

Salários e critérios de admissão 

Prevê proibição de qualquer ato discriminatório no tocante a salário ou critério de admissão do empregado em virtude de portar deficiência.  

Dispensas nas empresas 

Lei Estadual 12.735/97 - Isenção de tributos.  

Lei Estadual 10.379/91 - Intérprete de libras para atendimento em repartições publicas 

Em legislação a questão do portador de deficiência está avançada falta à sociedade reconhecer e aplicar na pratica. Na educação também isso acontece. 

Educação inclusiva: bases sociais 

  • Movimentos pelos direitos sociais;
  • Avanço da pesquisa educacional
  • Maior organização dos PNE, pais e profissionais;
  • Questões financeiras: racionalização de custos – tinha um sistema paralelo e o normal, o estado teria que sustentar os dois, assim depois que juntou os dois sistemas (normal e paralelo), diminuiu os custos.

Constituição brasileira 1988 

A educação direito de todos para a cidadania e qualificação do trabalho. 

Art. 208 portadores de necessidades especiais matriculados preferencialmente na rede regular de ensino.

O estado não apóia o ensino paralelo, não dá condições ao ensino normal e com isso todos, profissionais e portadores, acabam perdendo. 

Lei das diretrizes e bases da Educação 

Existem casos isolados, mas a realidade não é o que apresenta na lei. O governo tem a obrigação de dar suporte técnico e financeiro a essas entidades. 

O direito à educação

Área de lazer e espaço próprio. 

Ensino superior 

Filosofia foi o primeiro curso a ter um deficiente no ensino superior, nesse caso foi um deficiente visual.

Como qualquer cidadão, o portador de deficiência tem direito à educação superior, tanto em escolas públicas quanto privadas, em todas as suas modalidades.  

A inclusão escolar do PNE

Legalidade x Realidade

Integração x Inclusão

Inclusão escolar x Inclusão total 

Limites da educação inclusiva

Mesmo tendo aumentado o numero de PNE nas escolas muitos não tem acesso ao ensino, não tem resultado prático se está funcionando ou não. 

Principais problemas 

  • Falta de conhecimento
  • Falta de experiência e despreparo
  • Disposição para a mudança, o novo
  • Espaço físico
  • Materiais e equipamentos
  • Questões do esporte
  • Dificuldade no relacionamento com a família – Idéia de invalidez.

Parte legal 

A legalização brasileira é avançada, mas não conseguimos concretizá-la.

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